Joanna Maranhão volta ao Brasil e fala do abuso sexual que sofreu


A nadadora Joanna Maranhão, de 20 anos, retornou ao Brasil da França, onde passou as últimas três semanas em treinamento, e falou sobre os abusos sexuais que sofreu do seu então treinador, quando tinha 9 anos. De volta a Recife para o enterro de um tio que era um de seus grandes incentivadores, Joanna preferiu manter em sigilo o nome do homem que a molestou quando criança.
- Minha mãe trabalhava muito, então eu ficava muito com ele. Ele cuidava de mim, me levava para os treinos. Foi uma coisa de confiança - contou.
Ela disse que seu desempenho na natação foi prejudicado pelo fato.
- Isso afetou não só o meu esporte, como os meus estudos, o meu namoro, a minha relação com a minha família - revelou.
A nadadora, que disputou o Pan-Americano do Rio, no ano passado, disse que resolveu contar o que passou depois de terapia psicológica.
- Reprimi tudo o que aconteceu comigo durante muitos anos. Durante a terapia eu fui entendendo que precisava digerir isso, para seguir em frente. E fui lembrando de vários fatos que aconteceram e que eu não lembrava - afirmou.
Joanna tornou pública a história há quatro dias, ainda na França. Na ocasião, o técnico atual da nadadora, João Reynaldo Nikita, disse saber o nome do molestador, mas garantiu que não revelaria.
A mãe de Joanna, Tereza Maranhão, ao lado dela na chegada ao Recife, soube do caso há dois anos. E lembrou-se que a filha, ainda criança, tinha tentado lhe contar tudo.
- Até me sinto culpada. Na época ela tentou me dizer, com muita vergonha e disfarçando o assunto. Achei absurdo, podia ser uma impressão dela ou um mal-entendido - disse.
Joanna Maranhão é pernambucana, nascida em 29 de abril de 1987. Ganhou a medalha de bronze nos Jogos Pan-americanos de 2003 nos 400m medley e foi finalista nas Olimpíadas de Atenas, na Grécia, em 2004, onde terminou em 5° lugar nos 400m medley. Foi campeã sul-americana dos 200m medley em 2006 e pentacampeã no Troféu José Finkel nos 200m e 400m medley (2003 a 2007).


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