Sem o apoio do prefeito eleito, atual presidente pode compor com oposição
ROMILSON DOURADO
DO RDNEWS
A disputa à presidência da Câmara de Cuiabá, com 5 nomes colocados, não tem hoje um favorito. Júlio Pinheiro (PTB), que busca a reeleição, saiu frustrado de uma reunião com o prefeito eleito Mauro Mendes (PSB). O presidente do legislativo cuiabano só conseguiu apoio de 9 dos 25 que tomarão posse em 1º de janeiro, incluindo o seu próprio voto, e, mesmo assim, tentou "arrancar" de Mauro uma adesão oficial a seu nome. Mauro ficou no muro.DO RDNEWS
Ao mesmo tempo que ponderou que Pinheiro também seria um de seus candidatos, enfatizou que vai apoiar quem se viabilizar do grupo dos 13. No fundo, Mauro pretende mesmo, conforme tem demonstrado nas conversas de bastidores, que deseja ver eleito para o comando da Câmara alguém do bloco dos 7, que estiveram na coligação no primeiro turno.
Pinheiro se mostra inconformado. Ele já avisou a outros vereadores que apoiaram-no que, se Mauro não honrar o que chama de "fatura", em retribuição ao apoio dado ao socialista a partir do final do primeiro turno e em toda a segunda etapa da disputa, passará para o grupo de João Emanuel (PSD), que pertence a oposição.
Júlio Pinheiro combinou que apoiaria Mauro a prefeito desde que este, se eleito, retribuisse com respaldo a sua candidatura à reeleição. Como agora o empresário e prefeito eleito desconversa sobre o assunto, o petebista "atira" para os dois lados. Aceita até compor com Emanuel, genro do presidente da Assembleia, deputado José Riva. Nesse caso, pode ser cabeça de chapa ou até mesmo ficar fora da Mesa.
O problema é que o presidente da Câmara prometeu que conseguiria adesão da maioria, mas só apresentou para o prefeito eleito uma lista com 9. Declarou ter cooptado Adevair Cabral e Renivaldo do Nascimento (ambos do PDT), Lilo Pinheiro e Wilson Nonato, o Kero-Kero (ambos do PRP), Leonardo de Oliveira e Dilemário Alencar (os 2 do PTB), Juca do Guaraná (PT do B) e o próprio Pinheiro. Segundo informações, o petebista propôs que, se necessário, apresentaria todos eles para o prefeito para provar que o bloco estava unido. Mauro esquivou-se e anunciou que só voltaria a falar do assunto após uma viagem de 9 dias com a família para descansar e refletir melhor, inclusive sobre a composição do secretariado. Só retorna às vésperas do Natal.
Por causa da resistência do nome de Júlio Pinheiro no grupo dos 13, o reeleito Adevair Cabral (PDT), sob articulação do senador Pedro Taques, reativou o projeto de candidatura à presidência da Câmara. Ele passou a reforçar o discurso "rascunhado" por Taques de que o PSB elegeu o prefeito, o PR terá o vice (João Malheiros) e o PDT, que muito contribuiu na campanha desde o início, deveria ficar com a presidência da Câmara. Do grupo, fora Pinheiro e Adevair, ainda se colocam no páreo Onofre Júnior, do mesmo PSB de Mauro, e Mário Nadaf (PV), além do próprio Dilemário. A chance maior hoje estaria com Onofre, mas o cenário é de indefinição. Se o racha continuar na base governista, a eleição ficará mais fácil para João Emanuel.





