Dados da Rais mostram MT com maior expansão regional

Diário de Cuiabá

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Mato Grosso ampliou em 8,05% o volume de empregos formais gerados nos 12 meses de 2011 e expandiu em apenas 3,22% a renda média dos trabalhadores. Enquanto a oferta registra o maior avanço relativo do Centro-Oeste, a remuneração da mão-de-obra local foi apenas a segunda em evolução, num retrato nítido de que vagas existem, mas ainda esbarram na falta de qualificação.

Conforme dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a oferta de empregos formais no Estado atingiu 709,4 mil, isso quer dizer que em dezembro do ano passado mais de 700 mil mato-grossenses estavam empregados com carteira assinada, ou, cerca de um quarto, 25% da população estadual – em 3 milhões de habitantes – empregada. Em igual período do ano anterior o ano finalizou com 656.542 pessoas inseridas no mercado formal, o que gerou crescimento anual de 8,05%, a maior variação relativa da região Centro-Oeste. 


O presidente da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), Jandir Milan, destaca que o desempenho apresentado pelo Estado não se destaca apenas no Centro-Oeste. “Tivemos o quarto maior crescimento do país, perdendo apenas para estados da região Norte, cujo volume de empregabilidade está suscetível às armadilhas estatísticas, ou seja, o pouco que avança representa um percentual grande na avaliação relativa”. Roraima registra crescimento de 17,06%, seguido do Amapá com 10,19%, Pará com 9,03% e Mato Grosso, 8,05%. “Mato Grosso mostra crescimento firme na oferta de novas vagas e vagas com carteiras assinadas, o que é muito importante, porque revela a existência de oportunidades e ganho de renda”.

Em números absolutos, Goiás lidera a oferta de empregos na região, somou 1,4 milhão de vagas formais, alta 5,45% ante o balanço de 2010. Na segunda colocação do ranking regional está o Distrito Federal com 1,2 milhão de empregos, alta anual de 5,19%. Ainda na avaliação dos números absolutos, Mato Grosso é o terceiro com 709,4 mil vagas, alta de 8,05% em relação ao ano anterior, e por fim, Mato Grosso do Sul com total de 598 mil vagas, incremento de 6,63% em relação ao estoque de 2010. No país, o avanço anual foi de 5,09% e tanto no Brasil como no Centro-Oeste, o segmento de serviços foi o propulsor dos números positivos.

Os melhores resultados setoriais, em números absolutos, no Estado couberam ao segmento de serviços, com a geração de 14,1 mil postos de trabalho (+9,61%), ao comércio, com 13,2 mil postos (+8,43%) e à administração pública, com 10,0 mil empregos (+7,66%).

VAGAS NOVAS – Ainda avaliando a empregabilidade de 2011, a Rais mostra o saldo de novas vagas – diferença entre as admissões e as demissões do período observado – que em Mato Grosso somou 52,8 mil, a terceira da região, atrás dos resultados observados em Goiás, 71,6 mil – o maior empregador da região – seguido do Distrito Federal com 57,1 mil. Mato Grosso Sul fechou o ano com a criação de 37,2 mil novos postos formais de trabalho.

“No Estado de São Paulo, por exemplo, a criação de novas vagas atingiu saldo de 200 mil, quatro vezes mais que Mato Grosso. No entanto, a população paulista soma mais de 44 milhões de habitantes, ou seja, 15 vezes mais que a de Mato Grosso. Sob esta ótica, quem evoluiu mais?”, indaga Milan.

RENDA - Com relação à remuneração, Milan explica que não apenas a falta de qualificação, como também o tipo de emprego ofertado podem exercer influencia negativa sobre as médias locais. “Geralmente a indústria paga mais porque mesmo empregado o trabalhador tem condições de se qualificar e galgar novas funções que invariavelmente levam a ganhos salariais”. Goiás é o estado do Centro-Oeste com a maior variação relativa, ganho anual de 5,57%, de média de R$ 1.513,41 para R$ 1.597,77. No entanto, a maior renda está no Distrito Federal, mas que apresenta a única queda da região, -2,63% ao passar de R$ 3.939,65 para R$ 3.835,88.

Em Mato Grosso, a média de renda está 11,78% inferior ao verificado pela Rais no Brasil. No País a média passou de R$ 1.847,92 para R$ 1.902,13, alta de 2,93%. No Estado, as médias avançaram 3,22%, saindo de R$ 1.626.11 para R$ 1.678,45.

Em todas as comparações, o salário médio pago às mulheres segue inferior à média dos homens. No Brasil, os trabalhadores receberam em média R$ 2.050,35 enquanto as colegas, R$ 1.697,75, diferença de quase 18%.

No Estado, a diferença na remuneração é de 8% em desfavor das mulheres. Como mostra a Rais, no ano passado as mulheres tiveram média de R$ 1.592,70, enquanto os homens atingiram R$ 1.730,86. Na comparação entre os dois últimos anos, os homens receberam incremento de 4,01% e as mulheres de apenas 1,90%. No mesmo período, a evolução média no Brasil foi de 3% para eles e para elas.