Os vereadores Fábio Saad (PTC), Chico Curvo (PSD) e Toninho do Glória (PV) apresentaram nesta segunda-feira (26.11) na sessão ordinária da Câmara de Várzea Grande, um requerimento pedindo esclarecimento sobre compra de medicamentos, realizadas neste ano e que segundo os parlamentares nunca chegaram nas policlínicas nem no Pronto-Socorro do município.
No plenário, Saad disse que em 2011, foram comprados R$ 2 milhões de medicamentos e não faltou quase medicação naquele ano. No entanto, conforme ele, este ano não teve medicação nas unidades de saúde da cidade, porém foram gastos R$ 6 milhões para compra de remédios de uma única empresa (empresa esta não revelada).
De acordo com Saad, os medicamentos foram comprados de uma empresa que havia vencido licitação em Juara e uma em Cuiabá. “O secretário antigo não quis pegar o de Cuiabá, ele foi pegar a dispensa de licitação lá de Juara e comprou R$ 6 milhões em medicamentos”, relatou o vereador.
Ele contou que o ex-secretário municipal de Saúde, Marcos José – estava no cargo durante o processo da compra dos medicamentos -, faz parte do quadro funcional do Tribunal de Contas do Estado (TCE) que fiscaliza tudo. “Esperamos que eles (TCE) fiscalizem o nobre colega, que era secretário municipal de Saúde. Ele que fez R$ 6 milhões em compras, mas Várzea Grande padeceu o ano inteiro sem remédios”, disparou Fábio.
Segundo o parlamentar, o atual secretário de Saúde, Marcos Boró, confidenciou aos vereadores que estiveram presente no Pronto-Socorro Municipal nesta segunda, que o setor hoje não possui nenhum dinheiro em caixa. No entanto, Saad garantiu que na transição da Secretaria de Saúde em 2011, onde o vereador (que assumia o cargo na época) passou a pasta para o ex-secretário Marcos José, deixou R$ 5 milhões em caixa.
“Posso garantir que quando houve a transição da Secretaria, no dia 17 de novembro do ano passado, tinham R$ 5 milhões em caixa”. Ele acrescentou ainda: “Hoje a Secretaria está com déficit de medicação, foi gasto R$ 6 milhões, e os R$ 5 milhões que estavam lá, ninguém sabe onde foi parar”, criticou o parlamentar.
O vereador pontuou ainda, que o prefeito eleito, deputado Walace Guimarães (PMDB), vai ter dificuldades para gerir o setor de saúde no próximo ano. “Se gastou R$ 6 milhões em um ano e não tem medicação, imagine o ano que vem”, frisou.
O vereador Charles Caetano (PR), também pediu esclarecimento sobre a suposta compra de medicamentos. “Comprou-se tanto medicamento e as notícias que nós temos, dos vereadores, dos médicos, enfermeiros, enfermeiras, é uma ausência total de medicamentos nas unidades de Saúde deste ano”, disse Charles.
O republicano garantiu ainda, que a Casa de Leis tem todas as condições em realizar um levantamento de no máximo 15 à 30 dias sobre o caso, que segundo ele, vai prestar um serviço à população várzea-grandense. “Após este levantamento, vamos encaminhá-lo para o Ministério Público para que órgão possa abrir um processo civil e verificar quem é que errou, porque errou, e por quais motivos levaram estas pessoas a errarem tanto com o pobre doente de Várzea Grande”, encerrou o vereador.
Requerimento - O requerimento é de autoria dos vereadores Fabio Saad, Chico Curvo (PSD) e Toninho do Glória (PV). O documento solicita que a Secretaria de Saúde e demais Secretarias competentes os referidos itens na compra de medicamentos no ano de 2012: pediu CI, termo de referência, ordem de compra, nota fiscal e outros.
De acordo com vereador Fábio Saad, no prazo de no máximo 15 dias os vereadores terão a resposta para onde que foi encaminhado está compra e descobrir se ela chegou a ser depositada no almoxarifado na Prefeitura.
por Lucione Nazareth/VG Notícias