Rede de pedofilia online nos Estados Unidos envolvia membros no Brasil


Em 11 de outubro, o réu Billy Wade Carroll, de 51 anos, residente em Dayton, Ohio, foi considerado culpado no Tribunal Distrital de Riverside, Califórnia por sua participação em uma rede de pedofilia online, anunciaram os promotores públicos Lanny A. Breuer, André Birotte Jr. e Steve Martinez.

Três suspeitos na România, um na França e outro no Brasil foram acionados judicialmente e outros pedófilos foram condenados na Noruega e Reino Unido


Um júri da Corte Central da Califórnia considerou Carroll culpado da acusação de conspirar para publicar, solicitar, transportar, distribuir, receber e posse de pornografia infantil e outra acusação de cometer pornografia envolvendo menores quando era exigido se registrar como predador sexual em Ohio. A condenação foi resultado de uma investigação internacional envolvendo a página eletrônica “Lost Boys” (Meninos perdidos), iniciada há 2 anos. Como resultado, 16 internautas do web site foram identificados, acusados e presos em decorrência de suas participações, sendo que 15 deles, incluindo Carroll, já foram condenados.

Evidências apresentadas durante o julgamento revelaram que entre setembro de 2007 e janeiro de 2009, o réu era um membro ativo do “Lost Boys” e que publicou mais de 100 dados. Ele supria fotos de pornografia infantil aos outros membros para que eles pudessem fazer o download dos arquivos e realizou pedidos de imagens em particular para suplementar sua coleção particular de imagens.
O portal “Lost Boys”, segundo documentos apresentados no Tribunal, era voltado a homens que possuem interesse sexual em meninos e foi criado com o intuito de prover um fórum no qual podiam ser trocadas imagens pornográficas. A página eletrônica apresentava um sistema de veto na aceitação de novos membros, que tinham que publicar fotos de pornografia infantil antes de serem aceitos no grupo. Uma vez aceitos, os novos membros tinham que continuar publicando imagens para manter seu status online e, consequente, não ser removido do fórum. Conforme documentos apresentados durante o julgamento, os membros do “Lost Boy” forneciam dicas uns aos outros sobre como evitar serem detectados pelas autoridades, que incluíam a utilização de pseudônimos para mascarar suas verdadeiras identidades e a utilização de dados criptografados nos computadores.
Segundo as autoridades, detetives descobriram a existência do portal “Lost Boys” após receberem a denúncia da Eurojust, uma entidade judicial criada pela União Europeia, que facilitou e coordenou as investigações e acionou judicialmente os residentes na EU. A Eurojust forneceu as autoridades norte-americanas dicas obtidas das autoridades italianas e norueguesas indicando que um indivíduo residente em North Hollywood (CA) compartilhava com um cidadão italiano imagens pornográficas e obteve informações sobre turismo sexual na România. Baseado nas informações oriundas da Europa, o FBI executou um mandato de busca que levou a descoberta da rede “Lost Boys”. Investigações posteriores revelaram que o portal possuía 35 membros, sendo 16 deles norte-americanos. Os outros membros estavam localizados em outros países, incluindo Brasil, Bélgica, Canadá, França, Alemanha, Nova Zelândia e o Reino Unido.
Além das acusações contra os 16 membros norte-americanos do “Lost Boys”, as investigações resultaram na identificação e prisão de 6 indivíduos envolvidos em abuso sexual de menores. A investigação também levou a identificação de 27 vítimas de abusos nos EUA, algumas delas com imagens publicadas na página eletrônica.
A operação, que envolveu as autoridades internacionais, a Polícia Federal do Brasil e outras entidades de segurança, também identificaram prováveis pedófilos na América do Sul, Europa e Nova Zelândia. Três suspeitos na România, um na França e outro no Brasil foram acionados judicialmente e outros pedófilos foram condenados na Noruega e Reino Unido. A operação também identificou vítimas de abusos sexuais na Noruega, România, Brasil e outros países.
O caso foi representado pelos promotores públicos Joey L. Blanch e Yvonne Garcia, do Distrito Central da Califórnia, e o advogado Andrew McCormack, do Departamento Criminal CEOS.
Leonardo Ferreira
Fonte: Brazilian Voice