Julio Monteiro/Agência BOM DIAA delegada Beatriz afirma que os fatores de risco aumentam nesta época, mas decisões recentes mostram mais agilidade
Férias, calor e violência doméstica fazem alerta
janeiro 18, 2011
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Alexandre BarbosaAgência BOM DIA
O período de férias faz com que casos de maus tratos e abuso sexual contra crianças tenham aumento em torno de 15% e a violência contra mulheres de 30%.
Os números, obtidos pelo BOM DIA junto à DDM Jundiaí (Delegacia deDefesa da Mulher), tomam como base as ocorrências especializadas entre dezembro do ano passado até o meio deste mês.
Mas também aumentaram, nos registros policiais, as denúncias e o combate do poder público a esse tipo de criminalidade. Somente nesta segunda-feira (17) duas prisões significativas, uma delas inédita, foram decretadas (leia ao lado).
De acordo com a delegada Maria Beatriz Cunha de Carvalho, que responde temporariamente pela especializada, a tendência é que este número continue alto até pelo menos o fim do Carnaval.
A delegada afirma que o primeiro fator que leva à subida das ocorrências contra crianças e mulheres em Jundiaí são as férias escolares.
“Com as crianças em casa, a convivência é inevitável e prolongada. Infelizmente, hoje muitas vezes ela não é sadia e o fato reflete a perda de valores familiares”, afirma.
Para Beatriz, as crianças e adolescentes cada vez mais estão perdendo o apoio da família em aspectos psicológicos e escolares de seu crescimento, facilitando que se envolvam com crimes como tráfico ou furto. E então apanham ou são abandonados de vez.
“Perdi as contas das vezes, no plantão, em que liguei para os pais irem à delegacia buscar o filho detido por tráfico e eles, simplesmente, diziam que não o queriam de volta”, afirma, indignada.
Cabe lembrar que o número de menores envolvidos com a criminalidade geralmente também cresce nesse época.
Álcool / Outro fator apontado para o crescimento da violência doméstica é a união de calor e férias de pais e mães. “Com isso, aumenta o consumo de bebidas alcóolicas e a embriaguez afeta diretamente o raciocínio das pessoas”, diz a profissional.
O último fator apontado por Beatriz, que afeta diretamente os índices, é a visita de parentes. Principalmente na periferia este período é tempo de muitas famílias receberem familiares que moram longe para “temporadas”.
“Essa convivência, às vezes, traz consigo muitas coisas de passado como brigas de família”, diz.
Responsabilidade Social Por esses fatores, a delegada pede que a população redobre a atenção e denuncie qualquer sinal de violência contra crianças, adolescentes ou mulheres.
Processos estão mais consistentesO caso da prisão de Gonçalo, na avaliação da especialista, mostra que o sistema está se organizando melhor para combater esse casos. “Antes um laudo de objetos e de envolvidos que comprovasse o estupro durava um tempo longo”. Desta vez, as investigadoras chegaram com o caso pronto às 17h30. E o acusado já estava preso às 20h, com apoio ágil do Judiciário e do IML (Instituto Médico Legal) de Jundiaí.
181É número telefônico para denúncias anônimas da Polícia Civil
Lei deixa homem preso por ameaça a ex-namorada
Em uma decisão inédita em Jundiaí, o juiz Mauricío Garibe acatou o pedido de prisão preventiva, feito pelo advogado da vítima e a DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) , de um homem de 30 anos por ameaças feitas à sua ex-namorada.
De acordo com a delegada, ele teria ido por diversas vezes à casa dela e criado confusões para que a mulher reatasse o relacionamento. Diante da negativa, ameaçou a ex com frases como “vou colocar fogo na sua casa” e “vou te matar”.
“Essa decisão é um prestígio à Lei Maria da Penha. Mostra que existem pessoas preocupadas em torná-la eficaz”, diz a delegada que responde temporariamente pela DDM, Maria Beatriz.
Segundo ela, o fato que ainda não tinha sido visto pela cidade serve também de alerta àqueles que acham que ameaças “não dão em nada”.
“Assim, pensam duas vezes antes de mandarem mensagens ou ameaças por celular ou irem até a casa ameaçar alguém”, conclui.
Também nesta segunda-feira (17) a delegada conseguiu a prisão preventiva de Gonçalo Dias de Souza, 38 anos, que em agosto do ano passado foi acusado de estuprar a filha de apenas 10 anos. Ele já havia sido preso no último dia 6, mas ficou apenas alguns dias para que a polícia pudesse investigar o caso e apresentar as provas.
“Agora vai ficar preso até o fim do processo e ser julgado”. O caso só foi deflagrado graças a uma denúncia feita pelo Disque-Denúncia, pelo número 181.






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