Promotora diz que há provas de crime contra os integrantes da banda New Hits

Promotora diz que há provas de crime contra os integrantes da banda New Hits

 Há um ano, integrantes da banda de pagode New Hit foram presos em Ruy Barbosa, a 300 Km de Salvador, sob a suspeita de estupro contra duas adolescentes de 16 anos. Sem desfecho até o momento, nos dias 3, 4 e 5 de setembro terá continuidade a audiência de instrução, processo no qual réus, supostas vítimas e testemunhas serão ouvidas pela juíza que preside a ação penal, juntamente com o promotor e os advogados. O suposto estupro teria ocorrido após os músicos receberem as jovens no ônibus da banda. Nove integrantes da New Hit ficaram presos 38 dias sob a suspeita de envolvimento no abuso e foram soltos no dia 3 de outubro do ano passado, mediante um pedido de habeas corpus. Um policial militar que fazia a segurança do grupo também é suspeito de ter sido conivente com o crime. Todos eles, inclusive o PM, foram indiciados por estupro e formação de quadrilha no dia 25 de setembro. A promotora Marisa Jansen, responsável pelo processo, acredita que há provas reais que comprovam que as adolescentes sofreram abuso. “O conjunto probatório colhido e encartado aos autos é robusto, contundente, confirmando que as adolescentes foram vítimas de estupro coletivo, no interior do ônibus da banda New Hit. Uma das vítimas era virgem. Seus depoimentos são coerentes e estão em perfeita harmonia com as demais provas, não se podendo olvidar que em crimes contra a liberdade sexual a palavra da vítima tem grande validade como prova e, via de regra, é elemento de convicção de alta importância. O Ministério Público acredita que os réus serão, sim, condenados”, enfatizou. Contra as afirmações da promotora, Antônio Leite Matos, advogado de um dos acusados, afirmou que o laudo médico garante que não houve estupro. Segundo ele, a defesa está confiante na inocência dos réus: ”Pegamos dois laudos, laudo oficial e o laudo de uma médica. Esse oficial diz que não houve estupro e o da médica diz que houve. Essa última foi arrolada pelo Ministério Público. Então esse tipo de prova é fundamental. A defesa está bastante tranquila, meu cliente também. Aliás, também estamos tranquilos com relação aos outros réus”, garante o advogado. Enquanto não há uma definição sobre o processo, as duas adolescentes foram encaminhadas ao Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes. Ameaçados de Morte (PPCAAM) em setembro de 2012. No entanto, Ailton Santos Ferreira, Superintendente da Secretaria da Justiça Cidadania e Direitos Humanos, que gere o PPCAAM, contou ao G1 que uma das jovens deixou o programa em abril de 2013 após solicitação da mãe. Já os músicos retomaram a carreira de shows. No dia 30 de dezembro de 2012 eles realizaram, em Feira de Santana, a 107 Km de Salvador, a primeira apresentação após serem presos. No dia 5 de outubro, a participação da banda New Hit no Festival de Pagode, na capital baiana, foi cancelada. Na ocasião, a assessoria da banda alegou que os integrantes da New Hit não tinham condições psicológicas para realizar a apresentação.
Interrogatório - A audiência de instrução do caso teve início em fevereiro deste ano. Na ocasião foram ouvidas as adolescentes, conselheiras tutelares, um policial militar, uma ginecologista, além de outras pessoas. Em setembro haverá a continuidade do interrogatório, com a previsão dos testemunhos dos nove músicos e do policial militar que fazia a segurança do grupo no dia do show. Eles deverão responder às perguntas da juíza, da acusação e da defesa.
Por: Amanda Santiago (Tribuna da Bahia).