João Emanuel Urgente: Vereadores de Cuiabá afastam o presidente da Câmara Municipal


Após manobra para evitar afastamento, João Emanuel deixa plenário escoltado por seguranças
Após manobra para evitar afastamento, João Emanuel deixa plenário escoltado por seguranças
Os vereadores por Cuiabá quase foram às vias de fato após se desentenderem sobre a forma com que foi conduzida a votação do pedido de afastamento do presidente João Emanuel (PSD), requerido pelo líder do Governo Leonardo Oliveira (PTB), mas que foi votado como se fosse de cassação. O presidente precisou sair escoltado do plenário para não apanhar depois de ter “sepultado” as três CPIs que iriam investigá-lo e manobrar para que o requerimento fosse rejeitado pela maioria. Após o presidente se ausentar, os 16 vereadores da base governista, que consideram nulos os atos da presidência, reabriram a sessão. Mesmo sem servidores, sem luz e sem som, eles seguem discursando. A briga deve ir para as vias judiciais.

Os vereadores da situação questionam o fato do presidente ter colocado o requerimento em votação de forma açodada, sem seguir os ritos. A base governista alega que mais uma vez o presidente desrespeitou o Regimento Interno porque só contabilizou o voto de 13 dos 25 vereadores. A maioria dos que assinaram o requerimento pelo afastamento se negaram a votar e saíram do plenário na coleta dos votos.

Outro fato questionado é de que João Emanuel mudou o objeto do requerimento tentando levar os parlamentares ao erro. “O requerimento falava em afastamento e não em cassação. Ele distorceu os fatos para que os que assinaram o documento voltassem atrás”, observou Mário Nadaf (PV). “Não temos dúvida que ele é um ditador, que não respeita o regimento. Ele tentou nos ludibriar, mas todos aqui temos discernimento das coisas, o requerimento foi lido integralmente na tribuna e fala em afastamento não em cassação”, afirmou Renivaldo Nascimento (PDT).

 João Emanuel alega que ao acusá-lo de quebra de decoro os vereadores da base queriam cassá-lo, pois essa seria a única punição cabível. O presidente ainda justifica a votação de forma atropelada dizendo que declinou do direito de defesa que poderia fazer no prazo de 15 dias e adiantou a apreciação até porque o objetivo das CPIs seriam a sua cassação.

O presidente do Legislativo garante que mesmo que as CPIs contra ele foram arquivadas, a Câmara vai abrir sindicâncias para apurar as supostas fraudes nos procedimentos legislativos, na LDO e os supostos desrespeitos procedimentais. “Estão falando inclusive de falsificação de carimbos, a Câmara tem o condão de se auto investigar não por meio de CPI, mas com procedimentos disciplinares”, frisou João Emanuel.

A única CPI instaurada é a CPI dos Maquinários que terá a primeira reunião na sexta (30), a partir das 9h . Quanto à CPI da CAB, João Emanuel diz que ainda vai analisar. O proponente Renivaldo Nascimento diz que vai aguardar até amanhã e se o presidente não se pronunciar, promete ingressar mandado de segurança na Justiça para a instaurar na marra a comissão para investigar a concessionária do saneamento na Capital.

João Emanuel é afastado da presidência

Os 16 vereadores da base governista votaram pelo afastamento de João Emanuel da presidência da Câmara de Cuiabá. A sessão foi reaberta pelo segundo vice-presidente Haroldo Kuzai (PMDB), que invocou o Regimento Interno para dar prosseguimento aos trabalhos sem a presença de João Emanuel e da oposição ao prefeito Mauro Mendes (PSB). A sessão foi gravada para posterior elaboração da ata. Ao final, todos assinaram lista de presença. Junto ao ato de afastamento, foi instaurada comissão processante para apurar a conduta do presidente afastado,  bem como  adotar as sanções previstas na legislação. Enquanto isso, Onofre Júnior (PSB) preside a Câmara.
Fonte: Rádio Sorriso com RD News