Emanuel fala em Golpe e não sai da Presidência


coletivaO presidente da Câmara de Cuiabá, João Emanuel (PSD), garantiu, durante entrevista coletiva , que continua sendo o presidente do Legislativo. Ele disse que não reconhece a sessão que o afastou, no final desta manhã, e que tudo não passou de um “golpe” planejado pelo prefeito Mauro Mendes (PSB) para tirá-lo do comando do Poder Legislativo.
“Somos vítimas de um golpe arquitetado pelo prefeito, com o objetivo de frustrar os trabalhos do Legislativo. O líder do prefeito articulou tudo, o que mostra o interesse de Mauro Mendes no meu afastamento. Nós não temos interesse na prefeitura, como nos acusam, e não estamos fazendo caça às bruxas. Mas o prefeito quer cassar o presidente o vice-presidente”, afirmou João Emanuel, referindo-se ao vereador Onofre Junior (PSB), que corre o risco de ter o mandato cassado pelo próprio partido.
Ele alega que a criação da CPI dos Maquinários, que investiga uma licitação de R$ 9,5 milhões da prefeitura, motivou toda a reação por parte de Mendes.
“Essa interferência na independência do Legislativo só mostra que estamos no caminho certo, fiscalizando o Executivo. Toda tentativa de frustrar o trabalho dos vereadores é um atentado à democracia”, disse.
O vereador informou que vai continuar despachando normalmente no gabinete da presidência, e que presidirá a próxima sessão da Câmara, na terça-feira (3).
Ele afirmou que não recorrerá à Justiça ou a qualquer aparato de segurança para garantir sua continuidade no cargo.
“Eu continuo como presidente. A sessão que eles fizeram não tem validade jurídica. Para mim, ela não existiu. Há uma série de requisitos que eles deveriam ter cumprido para realizar uma sessão extraordinária, e que não foram. Não preciso de liminar para continuar no cargo. Quanto ao argumento que não encerrei a sessão da manhã corretamente, eles estão enganados. Eu encerrei por falta de quórum. A própria base esvaziou o plenário”, disse.
O primeiro vice-presidente, Onofre Junior (PSB), que é aliado de João Emanuel, afirmou que só assumirá a presidência da Câmara se houver uma ordem judicial para isso.
“A base do prefeito tem que buscar na Justiça uma autorização para validar a sessão que eles fizeram. Se houver decisão, eu serei obrigado a assumir. Se for só com base na sessão, então não vale nada”, disse.
Outro lado
O secretário de Governo, Fábio Garcia, negou interferência do prefeito Mauro Mendes no caso.
“Trata-se de uma questão interna corporis da Câmara. Nós vamos conversar com a base aliada para entender o que está acontecendo mas, de fato, não temos nada a ver com isso”, disse.


Fonte: Brasil 247