O vereador Marcrean dos Santos (PRTB) voltou a enfatizar hoje (27-03) a necessidade de que os dependentes químicos espalhados pelas ruas de Cuiabá sejam resgatados e encaminhados para um local que possibilite sua desintoxicação, além de qualificação em cerca de 20 cursos técnicos e conseqüente reintegração social.
Segundo o parlamentar, o ideal seria criar um Centro de Tratamento Público específico para aqueles que se encontram escravizados pelas drogas. A construção de uma unidade similar pode ser viabilizada através de recursos a Fundo Perdido do governo federal, afirmou.
"Recursos existem, estão disponíveis em Brasília. Devo inclusive ir lá para tentar sensibilizar as autoridades sobre o S.O.S. instalado em Cuiabá em relação às drogas. Precisamos dispor deste centro urgentemente, pois já não podemos aceitar a realidade vivenciada nas ruas, com dezenas de dependentes abandonados à própria sorte imposta pela escravidão das drogas".
Marcrean também salientou não estar presenciando nenhuma iniciativa do Executivo municipal e estadual no tocante ao problema, "que já atingiu proporções inaceitáveis para uma capital do porte de Cuiabá. É preciso que essas instituições também se sintam comprometidas para buscar soluções. É uma política social. Infelizmente, acontece o inverso disso, quase um total descomprometimento à situação degradante de seres humanos, aliada ao desespero dos familiares, igualmente perdidos sobre quais providências podem ser tomadas".
Ele informou que, após levar o caso ao Plenário da Casa de Leis, está aprofundando estudos para elaborar um projeto a ser apresentado ao presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, deputado José Geraldo Riva.
"Além da audiência pública que a Câmara realizará agora em abril ou março, também pretendo conclamar o Parlamento Estadual a unir forças com o Legislativo de Cuiabá numa audiência pública mais dimensionada, com a presença de gestores e autoridades representativas das diversas instituições (em nível municipal, estadual e federal, em todas as instâncias - Executivo, Legislativo e Judiciário)”.
Marcrean também pretende conclamar outros setores sociais de força, a exemplo da OAB e entidades comunitárias, “que há muito clamam por alguma medida que possa trazer soluções efetivas às reivindicações emanadas e até agora não acolhidas no cenário de interesse das autoridades".
Ele sugeriu ainda para que a futura sede do Centro Público de Tratamento de Dependentes Químicos seja instalada em algum imóvel dos hospitais desativados da cidade, “facilitando em muito a agilização do processo de solução desse impasse desafiador”.
O parlamentar pontua que existem vários imóveis hospitalares inoperantes, e um deles poderia abrigar este centro. “Porque, deve ser frisado, de nada adianta pegar um dependente nas ruas e levá-lo para o Adauto Botelho, especializado em acolher pessoas com distúrbios mentais. O dependente químico é um doente, sim, mas não é louco. Também não é o caso de a Polícia ser acionada. Prender um viciado não se enquadra como solução”.
Conforme explicou, o dependente permaneceria no mínimo uns três anos no centro, para efeito de desintoxicação. O lugar, à parte da estrutura de acomodação, comportaria equipes de clínicos, psicólogos e professores dos cursos de especialização. “Assim, eles já sairiam de lá qualificados. Outra sugestão nossa é para que o governo estadual oficialize a contratação desses ex-dependentes como estagiários. Uma espécie de estágio rodízio, a fim de lhes motivar e garantir ocupação e renda familiar".
Segundo observações do vereador, as ações atuais da Saúde (CRAS) não chegam a ter caráter de solução para os dependentes encaminhados ocasionalmente às repartições do município.
"São ações pontuais. O importante é trabalhar no contexto ampliado, no macro. Encaminhá-lo compulsoriamente a um CRAS não garante sua cura, o fim da dependência química. Isto só acontece com o processo de desintoxicação, bem mais complexo e longo. Assim, desintoxicado e qualificado, ele pode se reintegrar perfeitamente à sociedade, que hoje o discrimina como se fosse um marginal qualquer. É preciso então que a sociedade compreenda tais diferenças e possa vir somar conosco para alcançarmos as soluções desejadas".
Secom Câmara - João Carlos Queiroz
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