A verdade sobre José Riva

osé Marcondes Neto (Muvuca)  
Diz o ditado: "A primeira impressão, é a que fica". O deputado José Geraldo Riva foi apresentado à sociedade mato-grossense num contexto conturbado, próximo da Operação Arca de Noé, quando o Ministério Público desbaratou o esquema de poder paralelo comandado pelo ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro. Na ocasião, Riva era o Primeiro Secretário da Assembleia Legislativa de MT, o cargo tinha a prerrogativa de ordenar as despesas da Casa.

Na operação foram apreendidos centenas de cheques, entre eles, constava cheques pagos para fornecedores da AL que, endossados, eram trocados nas factorings cuiabanas. Não só da AL, inúmeros outros fornecedores políticos, empresários, o próprio governo do estado, gente ligada ao judiciário, pessoas comuns, de toda matiz ideológica e social tinham ancoragem em empresas de fomento.
Mas José Riva não era qualquer um, e já dava sinais de que iria ocupar outros cargos de mando. Foi com foco e dedicação que se destacou entre os demais, sendo sondado inclusive para ser candidato ao Senado momentos depois. Com essa ‘ameaça’, aqueles que se interessavam pela vida pública e disputas vindouras, via em Riva um alvo a ser eliminado.
Um levantamento simples, mas talvez inútil em termos de explicação, é demonstrar através dos fatos que os tais mais de cem processos de Riva não passa de uma estratégia arquitetada e muito bem engendrada para aniquilar o homem que ameaçava ser Senador ou futuro Governador.
Para aqueles que se dispõem a fazer o exercício honesto da razão, basta verificar que, o Ministério Público, sob algum questionável viés, desmembrou as notas fiscais referente aos pagamentos efetuados pela Assembleia, abrindo um processo para cada nota fiscal, sendo que, quem as trocou nas factorings foram os empresários e não a AL, que, embora pagos pela instituição, na verdade apenas endossou a empresas fornecedoras a quem devia.
Em outros países, o desmembramento de ações é proibido, mas no Brasil, especialmente em Mato Grosso, tudo é possível fazer, inclusive na justiça. Honestidade houvesse, haveria, sobre o caso, apenas 1 processo Civil e outro Criminal. Mas o feito não seria o mesmo, era preciso dizer que Riva, futuro rival político, fosse demolido em seu nascedouro. Existe mais outros 3 processos contra Riva, muito, mas muito aquém do que a grande maioria dos políticos mato-grossenses e brasileiros respondem. Cerca de 95% dos seus processos, portanto, foram referentes a uma única operação, Arca de Noé, e seu envolvimento era em segundo ou até terceiro plano.
Mas nós estamos no Brasil, em Mato Grosso, e é bem verdade que à partir da redemocratização, a liberdade de expressão permitiu achincalhar políticos, e parece até que as pessoas levam isso como diversão. Embora seja preciso um pouco de discernimento para entender o pano de fundo do que se diz, pois interesses políticos saltam aos olhos e, via de regra, fazem uso dessa liberdade em nome de um ou outro pseudo-salvador.
O MP, neste quesito, entregou a cabeça de José Riva numa bandeja para ser chutada na mídia e redes sociais. Se ele tem culpa, ou não, convenhamos ressaltar a verdade e condená-lo, não por antecipação, mas pelo que de fato cometeu de faltas. Mas neste ponto específico, a questão dos 100 processos não passa de um mito muito bem produzido, arquitetado e profissionalmente alardeado. A verdade precisa ser dita, doa-se seus adversário, mas esta é a realidade.
É incrível, ressalte-se, sua capacidade de suportar as pressões, pancadas, sobrevivendo aos vendavais e mantendo-se firme, de uma maneira nunca antes vista por qualquer político desse estado, tentando vencer o estigma. Acredito, porém, que esta é uma batalha inglória. A esta altura, e com uma remota possibilidade de vir a ser governador, este deputado já foi rasgado ao meio pela opinião pública, ao qual foi apresentado, no esteio de 1997 a 2002, como um vilão. Por isso, acredito que dificilmente atingirá o objetivo.
Picotaram Riva em 20 processos penais e 105 civis, o que era para ser apenas 1 processo civil e outro criminal. E esta senhores, pode ser considerada a mais paradoxal farsa já ocorrida no âmbito político-judiciário de nosso Estado. A pergunta que se faz é, quem seriam os beneficiados com isso, porque teve sim, aqueles que saíram ganhando, e não foi o povo que, catatônico pelas notícias enviesadas, engoliu um comprimido de placebo e contaminou o processo eleitoral com uma discussão onde não se debate o complexo sistema social e sua regulação, e sim a judicialização estigmatizada de um homem.
Para não ficar em meias palavras, um levantamento nosso aponta que todos, exatamente todos estes processos ainda estão em fase de instrução. Existe 4 sentenças no âmbito Civil, duas foram suspensas pelo STJ e outras duas aguardando julgamento de apelação. Outras duas foram suspensas liminarmente. Não há, portanto, nenhuma condenação contra José Geraldo Riva.
Mas mesmo assim, como estratégia midiática daqueles que tremem de medo de enfrentá-lo nas urnas, já tratou de trabalhar pela sua condenação sumária. A primeira impressão, invocada no início deste artigo, foi a que ficou. Lamentável, sob todos os aspectos, sobretudo, no que tange a árdua batalha de um político que já nasceu morto perante a opinião pública.
P.S. Nesta oportunidade aproveito para afirmar, ao contrário do que se pensa, que não faço parte do grupo político de José Riva, por não concordar com determinadas posições, entre elas o acúmulo de poder e fortuna nas mãos de poucos, a ampliação de poder no clã, sua leniência para com os Marajás da AL entre outras coisas. O que, por um lado lhe é interessante, já que o mesmo teme ser visto como alguém que está por trás de mim na guerra travada contra determinado senador. De fato Riva não está por trás, nem ele nem ninguém, luta esta que assumo e suporto as conseqüências de peito aberto.

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