Na reforma, Governo define isolamento de Taques para 2014; PSB é o alvo

Edilson Almeida | Redaçăo 24 Horas News 

Aos poucos, o governador Silval Barbosa “costura” a reforma do secretariado. Junto com ele, o senador Blairo Maggi, principal expoente do Partida da República.  Nos entendimentos para ocupação de espaço no Governo, uma estratégia bem definida: o isolamento de Pedro Taques, senador do PDT, apontado como um dos nomes fortes para disputar o Governo em 2014. Ou seja: a corrida ao Palácio Paiaguás já é efervescente.  “A engenharia política que Silval está costurando ficou um pouco atrasada” – revelou um interlocutor das conversações, ao confirmar a base das ações políticas governamentais.
 
Todo o esforço no momento é atrair o PSB de Mauro Mendes e Valtenir Pereira. Os socialistas, aliás,  podem até  enfrentar um debate intenso quanto a sua participação no Governo. Valtenir Pereira, que é presidente da sigla, almeja avanços políticos: reeleição a deputado federal ou mesmo uma vaga ao Senado Federal. Para se tornar mais forte, precisa ocupar todos os espaços possíveis. Já integrou a base governista e sempre teve bom trânsito com o chefe do Executivo.
 
A favor do PSB na base do Governo pesa também o fato de que  Mauro Mendes entra na Prefeitura de Cuiabá com responsabilidade elevada; quase que como uma espécie de “salvador da pátria”. Cuiabá é uma cidade escolhida para abrigar a Copa do Mundo de 2014 e os problemas se acumulam. A sociedade tem se mostrado acima de tudo tolerante, mas não se sabe até quanto a paciência vai permitir. 
 
São problemas com abastecimento de água, baixos índices de investimentos em rede de esgotamento sanitário, infra-estrutura urbana caótica, trânsito ruim  e problemas crônicos na área de saúde. Se salva na média a educação. Além disso, os serviços de limpeza e coleta de lixo fecham o ano com percepção muito ruins. O atual prefeito promete deixar as contas em dia – ao menos.
 
Mauro vai precisar de todo apoio para cumprir com o que prometeu: ser um bom administrador. O Governo e a sua força política é, sem dúvida, o caminho mais curto para que o empresário cumpra bem com as expectativas que criou para fazer a sociedade acreditar que será o prefeito que a cidade está procurando. Os sofismas de oposição para pressionar por obras e investimentos não surtem resultados consideráveis comparado a bons acordos. Mendes sabe disso e tem em Maggi um interlocutor. 
 
O senador republicano foi crucial nos entendimentos políticos para formação da aliança que elegeu o socialista. Para 2014, contudo,  PSB, PR e PDT dificilmente caminharão juntos. Era – e é – o principal temor do senador Pedro Taques, que, por hora, apesar de ser o político da moda, terá que se esforçar muito para “segurar” o apoio de Mendes e até dos comunistas, como Percival Muniz, do PPS, eleito prefeito de Rondonópolis, a seu favor numa eleição com quadro configurado. Em outras palavras, tudo caminha para a possibilidade de isolamento do senador pedetista. 
 
Taques, no contra-ataque, pode acabar tentando atravessar o enredo e acabar desarquivando um projeto antigo: a filiação do juiz federal Julier Sebastião da Silva, ao Partido dos Trabalhadores. Ou mesmo ao PDT. Com isso, atrair forças para a sigla, oferecendo uma candidatura a vice e também a vaga do Senado.  
 
A eleição a Prefeitura de Cuiabá, a rigor, atrasou o processo de formação do quadro político para 2014. A idéia inicial era de o PMDB, partido dominante do Governo,  se juntar aos socialistas do PSB e aos republicanos, aproveitando a fragilização do PT no Estado, rachado pela autofagia explícita, o esmaecimento do PSDB, e o definhamento político dos Democratas. Desse certo, o quadro estaria definido para 2014. As negociações se arrastaram, mas, entre vetos e acordos, os socialistas de Mauro Mendes optaram por seguir com o PR e o PDT. 
 
O quadro eleitoral de 2014 sugere nomes como do próprio Maggi ao Governo do Estado. De Silval Barbosa ao Senado Federal, formando uma chapa. PMDB e PR ainda atrairiam o PT. O próprio Mendes pode acabar candidato ao Governo, nessa configuração, embora tenha marcado firme compromisso de que não deixaria a Prefeitura para ser candidato. 
 
Outro nome que pode despontar no cenário com o apoio da base governista para disputar a sucessão de Silval Barbosa é do deputado José Riva, do PSD, atual presidente da Assembléia Legislativa e já reeleito ao cargo para o próximo biênio.  O partido de Riva é, até aqui, a grande vedete eleitoral, com uma base poderosa no interior. “A eleição passa por ele também, sem dúvidas. Apesar dos apesar” – destacou o interlocutor da base governista.