Malheiros renuncia e Mauro Mendes fica sem vice-prefeito


Deputado preferiu ficar na Assembléia por causa de vantagens, como a salarial

Mario Friedlander - Secom AL
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João Malheiros, que apesar das promessas de campanha, trocou o cargo de vice-prefeito pelo de deputado estadual
LAÍSE LUCATELLI
DA REDAÇÃO
O deputado estadual e vice-prefeito eleito de Cuiabá João Malheiros (PR) anunciou oficialmente sua renúncia do cargo e abriu a primeira crise no futuro governo de Mauro Mendes (PSB).

Ele fez o comunicado no começo da noite de quinta-feira (20), em reunião com os seis deputados estaduais do PR e o presidente da sigla, deputado federal Wellington Fagundes (PR).

Nos bastidores, Malheiros admitiu que assumir o cargo de vice da Capital não seria vantajoso, já que, como deputado, ele controla valores mensais de cerca de R$ 140 mil, entre salário, verba indenizatória e outros.

Ao renunciar, ele criou um anticlímax político para Mendes, antes mesmo de sua posse - fato que poderá causar desgastes perante a opinião pública.

"Tristes"
O próximo na linha de sucessão da Capital passará a ser o presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, que será eleito no dia 1º de janeiro.

“Foi uma decisão pessoal do João Malheiros. Todos ficamos tristes com a decisão dele, mas o partido compreendeu seus motivos”, informou o secretário-geral do PR, deputado estadual Emanuel Pinheiro.

O principal motivo alegados por Malheiros para renunciar é que ele ele acredita que pode ajudar mais Cuiabá como deputado estadual do que como vice-prefeito.

“E vamos ajudá-lo a ser, como deputado, o melhor vereador que Cuiabá já teve”, afirmou Pinheiro.

Com a permanência de Malheiros na Assembleia, o PR passa a ter uma bancada de sete deputados. Outra consequência do fato é que o suplente Daltinho de Freitas (PMDB) perdeu a oportunidade de se efetivar na vaga.

Em entrevista ao programa Resumo do Dia, apresentado por Roberto França, na noite de quinta-feira (20), Mauro Mendes se disse entristecido com a renúncia de Malheiros.

“Fico triste com a saída dele. O Malheiros ajudou muito na minha campanha. Mas ele compreende que pode ajudar mais como deputado. Ainda assim, tenho esperanças que ele possa rever essa decisão até o dia 1º de janeiro, e tomar posse”, disse o prefeito eleito.

Crise 

Pinheiro informou, ainda, que na reunião, Malheiros foi questionado por todos devido à sua decisão de renunciar. “Ninguém ficou feliz com a decisão, claro. Ninguém apoiou a candidatura dele para que depois ele renunciasse”, observou.

“Mas essa era uma questão partidária, e o partido compreendeu os motivos dele. Porém, novos questionamentos devem surgir nos próximos dias, no ‘day after’. Inclusive a questão do Vuolo”, disse.

O republicano se referiu ao episódio envolvendo Malheiros e o vereador Francisco Vuolo (ex-PR). Primeiro, Malheiros renunciou ao comando da Secretaria de Estado de Cultura para tentar a vaga de vice de Mauro Mendes, e derrubou Vuolo do posto de pré-candidato a prefeito do PR.

Depois, ambos disputaram a vaga de vice-prefeito na chapa de Mendes. Vuolo tinha o apoio dos candidatos a vereador da sigla, mas Malheiros articulou dentro do diretório municipal e acabou ganhando a disputa.

No entanto, Pinheiro diz que essa crise não deve afetar a participação do PR no secretariado da Capital. “O Mauro tem tido uma atitude irrepreensível. Ele tem dialogado de forma democrática com todos os partidos que o apoiaram”, disse.

“Ele vai reconhecer o apoio que o PR deu à campanha dele, de todos os candidatos a vereador, e o meu, que coordenei a campanha”, acredita.http://www.midianews.com.br/conteudo.php?sid=1&cid=144432