Galindo: tomada de contas é desnecessária

Para o prefeito de Cuiabá, medições feitas pelo Executivo convencerão MP e TCE de que não houve sobrepreço em obras realizadas no programa “Poeira Zero”

Otmar de Oliveira/Secom prefeitura de Cuiabá
Prefeito esteve com a imprensa e líderes de bairros em visita a obras realizadas pelo Executivo, incluindo as do programa Poeira Zero
KAMILA ARRUDA
Da Reportagem

O prefeito de Cuiabá, Chico Galindo (PTB), acredita que não será necessária a realização de uma tomada de contas no contrato firmado entre o Executivo e a Delta Construções Ltda. O petebista garante que conseguirá convencer o Ministério Público de Contas, bem como o Tribunal de Contas do Estado (TCE), que não há sobrepreço de R$ 48,9 milhões no convênio consolidado com a construtora para viabilização do programa “Poeira Zero”.

De acordo com ele, a Corte de Contas deu um prazo de 90 dias para que a prefeitura apresente todas as informações referentes ao contrato. “Baseado nessas informações é que eles vão deliberar se é necessária uma tomada de contas ou não. Estou esperando ser notificado oficialmente para responder ao Tribunal de Contas ainda este ano. Recebi apenas o relatório até agora. Eu vou demonstrar que não existe sobrepreço”. 


Galindo afirma que este questionamento pode ter sido levantado por conta da forma como o projeto foi elaborado. Ele explica que o programa de asfaltamento está estimado em R$ 54 milhões, entretanto, na prática, este valor deve ser reduzido. “Essas obras são de R$ 54 milhões, mas devem ficar 100% concluídas, mais ou menos, com R$ 35 milhões. O que sobra não é sobrepreço. Como era um projeto para ser financiado, você tem que considerar tudo, mas, às vezes, não precisa e, no decorrer da execução, [obras] vão sendo descartadas. A fossa séptica, por exemplo: no projeto contempla 1.000 fossas, mas não fizemos nenhuma porque não precisou. Só aí são R$ 4,2 milhões a menos”.

O prefeito afirma que tudo isso é comprovado por meio das medições. “O que eu quero mostrar para o Tribunal de Contas é que o que vale são as medições que fizemos. Na lista de documentos que vou encaminhar para eles vou anexar uma por uma, tudo o que foi feito e tenho certeza de que vai ser aprovado porque fizemos muito bem feito”.

Além disso, Galindo ressalta que contratou uma empresa externa para fiscalizar os atos do Executivo, justamente para que não restem dúvidas quanto à “transparência” dos atos realizados durante a sua gestão. “Contratei uma empresa terceirizada, externa, que fiscaliza a própria prefeitura. E tenho toda essa documentação, com filme, com cópia do que foi feito, do que foi encontrado e vamos encaminhar junto”.

O chefe do Executivo ainda elogia a Delta e afirma que não há motivos para rescindir o contrato com a empresa. “Eu não cancelei o contrato com a Delta porque ela está cumprindo religiosamente. Ela pode ter cometido erros, ter feito falcatruas, pagado bola em outros locais, mas aqui eu garanto que isso não aconteceu. Estou tranquilo! Se eu cancelasse, os 24 bairros não teriam asfalto ainda e o Poeira Zero não sairia do papel”.

Como uma forma de rebater a suspeita do Ministério Público de Contas, Galindo reuniu líderes comunitários de diversas regiões da cidade, bem como a imprensa, para uma “excursão” em obras promovidas durante a sua gestão, incluindo aquelas realizadas pela Delta. 

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