Emanuel Pinheiro e José Riva lamentam renúncia de Tião a dois meses do fim do mandato
A renúncia do prefeito de Várzea Grande Tião da Zaeli (PSD) repercutiu na Assembleia Legislativa. Na sessão desta quarta (31), o secretário-geral do PR, deputado Emanuel Pinheiro, lamentou a perda de Tião no comando do Paço Couto Magalhães, elogiou a atitude do gestor que ele classificou como “gesto de sacrifício” e comparou o prefeito várzea-grandense ao ex-presidente brasileiro Jânio Quadros que renunciou ao cargo depois de 7 meses de mandato após conquistar a maior votação até então obtida no Brasil.
Emanuel ressaltou que “Tião deu um passo atrás na sua carreira política para dar um gesto de carinho à população” e evitar mais instabilidade política em uma cidade que em 2 anos já quatro prefeitos. “É inconcebível administrar dessa forma, não há continuidade de ações e programas”, observou. O republicano também exaltou as qualidades do gestor, que apesar de ter passado por uma gestão conturbada por conta das brigas com o prefeito cassado Murilo Domingos, teve um bom desempenho como prefeito, fato reconhecido inclusive pelo Tribunal de Contas. “Tião é um empreendedor, jovem bem sucedido, que entrou pela porta da frente da política, tem boas intenções”, avaliou o parlamentar.
A renúncia de Tião também parece ter abalado outros parlamentares. Surpreendentemente, a maior autoridade do PSD em Mato Grosso, o cacique e presidente do PSD no Estado, deputado José Riva, revelou que não foi consultado por Tião da Zaeli (PSD) antes que ele renunciasse o mandato de prefeito em Várzea Grande. Riva garante que simplesmente foi comunicado da decisão pelo ex-gestor e que não sabe esclarecer todas as circunstâncias que levaram o empresário a abdicar do cargo nesta altura do campeonato, a apenas dois meses do final do mandato. “Ele só me comunicou e eu falei que respeito. Amigo é assim tem que ser solidário”, afirmou.
Mesmo aparentemente chateado com a situação, Riva amenizou o impacto desse recuo de Tião para não enfrentar processo de cassação na Câmara de Vereadores. “Avalio que a pessoa não é eterna em nenhuma instituição ou lugar. Agora temos que apoiar o Maninho para terminar esse mandato”, ponderou.
Renúncia
Em sua carta renúncia enviada à Câmara na noite de terça (30), Tião justifica o ato lembrando que enfrenta denúncia protocolada no Legislativo pelo ex-procurador Antonio Carlos Kersting Roque. Na queixa, que tramita na Câmara, consta que Tião não se desincompatibilizou a tempo das suas empresas em 2009 para assumir o cargo de vice-prefeito. Tião diz que sua atitude é pensando no povo várzea-grandense, pois causaria maior instabilidade política na cidade se decidisse ir para uma longa batalha judicial.