Funcionários foram punidos por protestar contra "privatização" da companhia
KATIANA PEREIRA
DA REDAÇÃO
Pelo menos nove servidores da Companhia de Saneamento da Capital (Sanecap) foram demitidos na quarta-feira (3) e outros sete perderam cargos de confiança, por determinação do prefeito Chico Galindo (PTB).
A ordem de demissão coletiva foi assinada pelo presidente da Sanecap, Aray da Fonseca. Ele próprio solicitou à psicóloga do setor de Recursos Humanos da Sanecap que fossem listados os nomes de servidores, contratados do IDEP/OROS, que participaram da manifestação, contra a privatização da companhia, na sede da Câmara Municipal, na semana passada.
Após recebimento da lista, Aray Fonseca, se limitou a escrever: "Diante do ocorrido, solicitar desligamento da companhia".
Desta forma, os nove funcionários foram desligados do grupo sem mais explicações. Foram demitidos: Luiz dos Santos Gomes, Benjamin Ferreira Soares, Ed Claudio Ferreira, João Valério Pereira da Conceição, Luzinildo Marcos da Cruz, João José Gomes da Silva, João Ferreira dos Santos, Antônio Fernando do Espírito Santo e Hermes Alves Nascimento Júnior.
Aray Fonseca negou a existência de represálias aos funcionários, que alegam terem sido demitidos por participar da manifestação. Segundo o presidente, as demissões são resultados de duas situações.
A primeira seria a falta de postura administrativa dos funcionários, diante do protesto na Câmara. Ele alegou que a Sanecap foi notificada para tomar providencias, uma vez que o patrimônio público foi avariado durante o protesto.
"Não podemos aceitar atos insanos de vandalismo e depredação do patrimônio público. Eles estão sendo demitidos por terem exagerado na manifestação. Foi elaborado um boletim de ocorrência sobre a invasão da Câmara e não podemos ser coniventes. Todos podem, sim, se manifestar, mas sem quebra-quebra", disse Aray, em entrevista coletiva, na manhã de hoje, no pátio da companhia.
A segunda situação listada por Aray, para justificar as demissões, seria um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), do Ministério Público do Trabalho, que determina que os 294 trabalhadores terceirizados pela empresa IDEP/OROS sejam demitidos até o final de 2011.
O TAC foi assinado para que as demissões forcem a realização de um concurso e efetivação de funcionários, segundo ele.
"O TAC determina que temos que demitir 72 funcionários por trimestre. Não estávamos cumprindo a determinação; agora, vamos retomar o calendário de demissões, que não tem nada a ver com os protestos. Ressalto que isso é cumprimento de uma ordem judicial e que não devemos questionar", disse Fonseca.
Revolta a bate-boca
Inconformados com as demissões, funcionários pararam as atividades da companhia e não saíram para cumprir as ordens de serviços. O sindicato da categoria esteve presente, durante toda a manhã. O clima ficou tenso e funcionários chegaram a discutir com o presidente.
Pressionado para dar uma resposta aos funcionários sobre a demissão em massa, Aray Fonseca se reuniu no refeitório com os trabalhadores. A explicação dos motivos da demissão não agradou aos funcionários, que, revoltados, exigiram a recontratação imediata dos colegas de trabalho, sob pena de criarem uma revolta no pátio da companhia.
A reunião foi encerrada pelo presidente, que, sem conseguir conter a ira dos trabalhadores, voltou ao gabinete sem conseguir uma trégua com a categoria.
Veja fotos do protesto no pátio da Sanecap:
Aray tenta explicar aos funcionários os motivos das demissões;
Documento que comprova a ordem de demissão por parte da Sanecap;
Funcionários protestam no pátio da Companhia.






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