José Antônio Rosa
joseantonio.rosa@jcruzeiro.com.br
Criada na Câmara para fiscalizar as ações de combate ao abuso sexual de crianças e adolescentes em Sorocaba, a comissão de vereadores formada por Rodrigo Manga (PP), Waldecir Morelly e Fernando Dini (PMDB), protocolou ontem requerimento no qual cobra da Prefeitura melhorias no atendimento desse problema. Desde o começo do ano, mais de 160 crianças e adolescentes foram vitimados por essa prática na cidade, informou na terça-feira Sueli Cardia Gomes Lopes, coordenadora do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), entidade responsável por essa área.
Sueli fez o anúncio ao grupo e aos representantes do Conselho Tutelar. A suspensão do serviço, que é da competência da Secretaria da Saúde, foi decretada no início da gestão Pannunzio. Em resposta à intervenção do vereador Rodrigo Manga, a Pasta informou que estabeleceu parceria com a Associação Criança para retomar as atividades. Todos os casos não atendidos serão, agora, encaminhados, disse o parlamentar.
Mesmo assim, a comissão pede que a demanda seja atendida pelo governo. O tratamento dispensado às vítimas incluía serviços fundamentais como atendimento psicológico e terapêutico. "Esses menores passaram por grande trauma e precisam ser tratados, para que não haja danos psicológicos irreversíveis", afirmou Manga.
Durante a reunião, o grupo de parlamentares também debateu diversas propostas com os representantes dos órgãos, entre elas a criação de uma Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) e de um Centro Integrado de atendimento às vítimas, além da implantação de um programa de escuta especial, que colheria o depoimento do menor, sem contribuir para a ocorrência de danos psicológicos ao mesmo.
"A comissão veio para agir em conjunto com os órgãos envolvidos no atendimento às crianças e adolescentes vítimas desse crime. Estamos acompanhando essa questão, que é tão séria, para entendermos melhor os procedimentos adotados em Sorocaba", declarou Waldecir Morelly, relator da comissão.
No encontro, também foram debatidas a importância da denúncia e as dificuldades de condenar os criminosos que praticam esses atos. "Atualmente, menos de 10% dos casos levados a julgamento recebem alguma condenação", informou o presidente do Conselho Tutelar, José Eduardo Cacace Júnior.
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Notícia publicada na edição de 09/08/13 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 010 do caderno A - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.






