Fonte: Lucas Bólico/ Olhar Direto
A chegada do senador Pedro Taques (PDT) e do prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB), para o ato de filiação da ex-senadora Serys Slhessarenko no PTB, na noite de sexta-feira (24), em Cuiabá, mudou o tom daquela reunião política. Com discurso afinado e conciliador sobre os caminhos que levam à próxima eleição, a mesa composta pelo ex-diretor do Dnit Luiz Antonio Pagot (PTB), ex-prefeito Chico Galindo (PTB), presidente estadual do PV, Aloísio Leite, entre outros, revelou o que pode ser o embrião de um grupo político para 2014.
“Ainda é muito cedo para se falar em coligações, os partidos ainda estão em fase de se preocupar com as filiações. Mas sim, há uma afinidade, um grupo formado por pessoas de bem”, declarou Chico Galindo (PTB) ao Olhar Direto logo após a mesa ser desfeita. “Pessoas de bem”, aliás, foi um dos termos mais usados em diferentes discursos da noite.
O senador Pedro Taques lançou mão de argumentos históricos para justificar a proximidade do PTB com o PDT, legendas trabalhistas, a primeira criada por Getúlio Vargas em meados da década de 1940 e a segunda cerca de 40 anos depois por Leonel Brizola, tido como herdeiro político do líder da Revolução de 1930. “É uma honra estar aqui junto com o PTB porque o PDT tem a mesma origem”, sustentou.
Em tom de brincadeira, o congressista afirmou que estava com “ciúmes” da sigla coirmã pela filiação de Serys. Após a fala de Taques, foi a vez de Mauro Mendes passar recibo da “inveja” que nutre pelos trabalhistas devido à filiação recente de Luiz Antonio Pagot, político que o prefeito admitiu querer ao seu lado para “reerguer o PSB” – segundo suas próprias palavras.
E se Mendes quer Pagot e Taques quer Serys, a ex-petista aumentou o bolo partidário ao se “desculpar” com Aloísio Leite que foi o primeiro a oficializar um convite para uma filiação logo após ela se desligar no PT no ano passado. Mesmo que tímido, o PR também se fez presente por meio de um representante enviado pelo senador Blairo Maggi.
Tentando fazer uma leitura das manifestações que varreram o país em junho, Slhessarenko sustentou o partido não importa tanto, mas sim as pessoas que estão engajadas. “Todos os partidos tem suas coisas boas e ruins”, opinou. O termo “pessoas de bem” voltou a ser usado.
Pragmático, Luis Antonio Pagot já falou em viabilidade de campanha política para a nova correligionária, que deve disputar o Senado. “Vamos arrumar a estrutura que você precisar, não se preocupe, o partido fará todo o esforço para que Serys seja nossa senadora”, garantiu, entre cortesias para Mendes e Taques. Ao prefeito da capital, Pagot depositou absoluta confiança no trabalho vindouro e ao virtual candidato ao governo pelo PDT, se revelou “esperançoso que a gente possa trilhar um caminho juntos”, antes de usar o jargão da noite: “o PTB está comprometido com uma proposta bastante concreta, com gente de bem para o bem”.
Chapa forte
Uma semana antes de oficializar a filiação no PTB, Serys, que rodou alguns municípios com o PDT, afirmou ao Olhar Direto que não escolheu a agremiação de Taques porque não poderia disputar o Senado se ele resolvesse entrar na disputa pelo Paiaguás. Com a saída “caseira”, ela pode brigar pela vaga no palanque de Taques, com o apoio de vários prefeitos do interior, além da possibilidade de ser apoiada por Mendes na capital, com a capilaridade do PTB e a logística eleitoral de Pagot.