ataque químico contra civis que chocaram o mundo, aparentemente, não surgiu do nada.
Quanto ao local dos ataques, são citados redutos dos rebeldes na região de Ghouta, especialmente nas cidades de Irbin, Jobar, Zamalka e Ein Tarma. E a oeste da capital síria, na cidade de Muadhamiya.
Sintomas
E é pelo gritos agonizantes das vítimas que é possível se ter uma ideia dos sintomas que elas apresentavam.
A maioria das pessoas tratadas eram homens de todas as idades e crianças muito pequenas.
Poucas mulheres foram filmadas, talvez por respeito à privacidade delas. Outra possibilidade é que não é tão comum que elas durmam no teto da casa, ao ar livre, reduzindo assim as chances de que elas fossem expostas ao gás tóxico.
Entre os que aparecem deitados no chão ou sendo tratados, nenhum parece ter sinais de ferimentos com sangue ou lacerações. Mas há muitos que têm extrema dificuldade em respirar e estão sendo auxiliados com máscaras de oxigênio.
Um homem aparece se retorcendo e tremendo no chão, aparentemente tendo convulsões. Várias outros homens estão em condições parecidas, espumando pela boca ou pelo nariz.
Uma das vítimas cujo olho parece meio vitrificado e sem vida se destaca por seu rosto, que parece quase congelado, suas pupilas aparentemente contraídas - uma indicação de uso de gás tóxico.
Armas
Apesar de o governo americano afirmar que ainda não é capaz de dizer categoricamente que armas químicas foram usadas, Stephen Johnson, um ex-especialista do Exército britânico que hoje integra o departamento forense da Universidade de Cranfield, na Inglaterra, afirma que o número crescente de indícios visuais parecem apontar para o uso desse tipo de arma.
'A escala, o número de pessoas que parece ter sido afetada segundo os vídeos, a consistência dos sintomas... Tudo isso seria muito difícil de se fingir, seria uma farsa em escala impressionante. E não apenas extremamente difícil de se encenar, mas também seria algo que facilmente seria descoberto nas investigações.'
Em muitos locais, no entanto, o debate parece já ter ido além do uso ou não de armas químicas, mas sobre quem foi o responsável pelo ataque.
E, para isso, Stephen Johnson afirma que a análise das armas e de seus sistemas de lançamento será crucial.
'É importante que a gente determine de onde essas armas vieram e quem as disparou. É fundamental que se vá até as áreas de ataque o quanto antes, para ver os locais de impacto. Também é preciso tentar encontrar os restos desses foguetes e ver se eles são os mesmos que vemos nas imagens.'