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EFE - 14 minutos atrás
HALIFAX, Canadá - Um caso de bullying virtual causou uma onda de indignação no Canadá. A polícia informou que na manhã de quinta-feira prendeu dois homens que estariam relacionados à morte de uma jovem de 17 anos, em abril deste ano. Rehtaeh Parsons tentou se suicidar depois que uma foto em que sofria abuso sexual foi publicada na internet. Ela ficou em coma, até que seus pais decidiram desligar os aparelhos que a mantinham viva. Na ocasião, a polícia local alegou que, após as investigações, não havia indícios suficientes para acusar ninguém.
A imagem de Rehtaeh foi divulgada em redes sociais em novembro de 2011 e logo difundida entre seus colegas na escola. Desde então, diz a mãe da jovem, Leah, ela passou por meses de tormento e assédio moral. Agora, com a prisão dos dois suspeitos, Leah diz sentir alívio. E espera que os culpados sejam finalmente punidos.
- Lamento que a investigação não tenha sido conduzida da maneira apropriada desde o início. Nunca vi os documentos do caso, e não sei o que realmente aconteceu - disse Leah. - Fico feliz que o caso tenha sido reaberto, e que os suspeitos sejam interrogados.
A morte de Rehtaeh lembrou casos similares mundo afora, como o de Audrie Pott, de 15 anos, uma jovem da Califórnia que se suicidou em setembro, depois de ser atacada sexualmente por amigos - que por sua vez publicaram imagens do abuso na internet.
Lei contra bullying entra em vigor
O governo canadense decidiu revisar o caso de Rehtaeh depois de receber novas pistas através de uma fonte anônima e mudou os rumos da investigação. Uma análise das autoridades concluiu que a Junta Escolar regional de Halifax poderia ter agido com mais rigor para prevenir a tragédia, mas o fato de que Rehtaeh constantemente faltava às aulas teria impedido um acompanhamento mais próximo do que acontecia com a menina. O relatório afirma ainda que a família da adolescente teve dificuldades para conseguir ajuda do sistema de saúde mental da Nova Escócia.
Os dois homens detidos na quinta-feira serão ouvidos pela polícia, que só depois divulgará detalhes.
- Devido à natureza sensível do caso, queremos assegurar que o processo não será afetado divulgando informações como identidade ou idade dos detidos. Temos 24 horas para colocá-los em liberdade ou apresentar acusações formais - disse Scott MacRae, cabo da Real Polícia Montada do Canadá.
As prisões acontecem um dia depois da entrada em vigor de uma lei na Nova Escócia, inédita no Canadá, que permite que as famílias entrem com processos na Justiça caso seus filhos sofram abusos na internet. A legislação foi introduzida pelo ministro da Justiça, Ross Landry, poucas semanas depois da morte de Rehtaeh.
A lei prevê ainda que qualquer vítima possa solicitar uma ordem de restrição contra seus agressores. Casos de bullying virtual podem ser punidos com até seis anos de prisão ou multas de cerca de US$ 5 mil.
O primeiro-ministro do Canadá, Stephen Harper, afirmou que espera que as prisões reconfortem os parentes de Rehtaeh:
- Essa é uma tragédia terrível que tocou não só aqueles que têm família, mas também outros canadenses que estão conscientes dos riscos que isso representa para todas as nossas crianças.






