11 pessoas são presas em flagrante por tentar dar golpe milionário no Banco Bradesco de VG; Gerente da agência está entre os presos

Rojane Marta & Lucione Nazareth/VG Notícias

Foto:Reprodução
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Onze pessoas foram presas em flagrante nesta quarta-feira (07.08), pela Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos de Várzea Grande, sob suspeitas de estelionato, ao tentar aplicar um golpe de R$ 20 milhões na agência Bradesco, localizada no centro de Várzea Grande. Entre os detidos estão o gerente da agência, Abel Doval Carames Junior, e Mateus Mendes Jonsson e Lacerlel Medereiros de Oliveira - ambos do Paraná e apontados como "cabeça" do esquema. A operação que levou a prisão dos envolvidos foi desencadeada ontem (06) pela Polícia Civil.
Em coletiva à imprensa, o delegado titular da DERRF/VG, Francisco Kunzie Júnior, disse que o golpe é bem conhecido no Estado do Paraná e é denominado como “D + 0”. O golpe funcionaria por meio de pagamento de duplicatas, neste caso, autorizada pelo gerente da agência. Ainda, segundo o delegado, o pagamento é transferido para outra agência bancária de outra instituição, para então, ser transferido para uma conta bancária. A polícia encontrou centenas de duplicatas com os suspeitos na hora da prisão.
O delegado informou ainda, que dois acusados foram presos na agência do Bradesco, quatro em um hotel e quatro em um posto de combustível. Conforme Kunzie, dos onze presos, quatro são tidos como estrelas da organização supostamente criminosa, um o mentor, o gerente como executor e apenas quatro seriam coadjuvantes.
Segundo o delegado, a Polícia Civil chegou à quadrilha de estelionatários devido a uma investigação que já vinha sendo feita entre outros Estados do país, no qual era aplicado o mesmo golpe.
Conforme ele, Mateus Mendes e Lacerlel Medeiros, ambos já participaram de um mesmo esquema destes no Paraná, e vinham sendo investigado há 15 dias pela Polícia Civil do Paraná. Em Mato Grosso, a dupla realizou o esquema  em apenas dois dias e foram descobertos.
Como funciona - O “modus operandi” do golpe, conforme o Boletim de Ocorrência é da seguinte forma: primeiro abre uma empresa fantasma em um banco, são emitidos vários boletos a serem pagos por essa firma fantasma, todos em favor de um ou dois cedentes, sendo que cada boleto não pode ultrapassar R$ 250 mil, esses boletos são mascarados, ou seja, utilizam um simples programa de computador onde os boletos originais são escaneados. Em seguida, eles sobrepõem o nome do cedente. No caso em questão, foi colocado como cedente o nome do banco Santander, mas que na verdade, o cedente é outro, ainda não indeterminado.
Para que o plano funcione, ainda segundo o BO, é necessário que seja cooptado um gerente do Banco Bradesco, pois, por meio de sua senha, ele pode liberar os pagamentos inferiores a R$ 250 mil, mesmo que não haja fundos na conta. Conforme o BO, essa diferença a menos na conta somente é verificada na compensação – que ocorreria após o fechamento da agencia bancaria. Porém, a essa hora, o dinheiro já estaria depositado na conta do cedente do boleto e de lá transferido para outras contas, ficando o Banco Bradesco no prejuízo.
O pagamento na boca do cixa é realizado por varias pessoas, que não tem conhecimento de todo o plano, sabem apenas que estão fazendo algo errado e recebem uma pequena quantia para pagarem o boleto. Assim, varias pessoas da quadrilha entram na fila do banco, retiram senha e começam a pagar esses boletos rapidamente. Cada um ganha cerca de R$ 1 mil pela participação.
Presos - Foram presos: Mateus Mendes Jonsson, Lacerlel Medereiros de Oliveira (vulgo Careca), Weinden Silva Rocha (vulgo Dinho), Rafael Viegas de Oliveira, Abel Doval Carames Junior, Douglas da Silva Moreira, Washington Oliveira Santos, Wellison Henrique de Moraes, Cleiton Cesar Ferreira Arruda, Alison Cruz Akves Gontijo e Edmar Vieira Marques. Os últimos seis da lista não tinha total conhecimento do plano, eles recereiam mil reais para ficar na fila do banco.