Policiais truculentos Cuiabá:A Polícia existe para proteger o cidadão, e não para intimidá-los


Direito de protestar

A Polícia existe para proteger o cidadão, e não para intimidá-los

Revoltantes... É o mínimo que se pode dizer das cenas de truculência protagonizadas pela Polícia Militar contra estudantes da UFMT, durante protesto pelo fechamento de albergues para alunos carentes da instituição.

Puro autoritarismo. Selvageria da grossa. Já não se ouvia, há algum tempo, o ranger de coturnos avançando sobre a massa desprotegida e inerte diante da arrogância fardada.

Imagens sombrias típicas de uma ditadura voltaram a eclipsar nossas consciências democráticas. Nas nações civilizadas, a polícia exerce o papel de garantidora das manifestações pacíficas e ordeiras, não age como um aríete da intolerância e da supremacia dos poderosos.

As agressões desferidas contra os estudantes ferem os princípios básicos dos direitos humanos, da liberdade de expressão e da livre manifestação política.

Sim, o protesto dos universitários era um ato político. Um grito de alerta contra uma presumida injustiça praticada pela reitoria da instituição de ensino superior ao fechar unidades da Casa do Estudante.

As autoridades têm o direito de discordar da manifestação, até podem circunscrevê-la a um espaço geográfico e temporal; o que não podem, em hipótese alguma, é tripudiar sobre os mais fracos, é atiçar uma força bélica contra um grupo de jovens estudantes e, com isso, aviltar a ordem democrática.

Ao governo do Estado cabe agora punir com rigor os responsáveis por essa desastrada operação.

Mais do que isso, o corpo docente da Universidade Federal de Mato Grosso deve cobrar um explicação da reitoria e, se houver, de qualquer forma, a contribuição de agentes da entidade neste episódio, também devem ser penalizados exemplarmente.

O direito é rival da intolerância. Definha diante da truculência e da injustiça. No jardim da democracia, o diálogo é a flor de perfume mais pujante, porque dele se estabelece os limites da convivência pacífica entre grupos e indivíduos.

Portanto, o principal recurso do entendimento é a negociação e não a violência. Não se constroem alternativas políticas duradouras na base do chute e da prepotência.

As ditaduras estão caindo, uma a uma, num tabuleiro geopolítico em que o estado de direito se firma como uma fonte inesgotável de uma nova perspectiva global.

Por isso, atos como aqueles perpetrados contra os alunos da UFMT são cada vez mais anacrônicos e inúteis. A polícia existe para proteger o cidadão e não para intimidá-los.

Protestar é lícito, agredir é crime...

PAULO LEITE é jornalista e escritor em Cuiabá.

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