Casaldáliga recusa prêmio jornalístico do Governo Estadual devido Janete Riva


O sacerdote não deseja atrelar o nome dele ao do governo por se opor à nomeação de Janete Riva (PSD) como secretária estadual de Cultura.

Fonte: Agência da Notícia com Redação

Mais um capricho do bispo emérito da Prelazia de São Félix do Araguaia, Dom Pedro Casaldáliga que solicitou em caráter oficial a retirada de seu nome do prêmio de Jornalismo promovido pela Comissão Estadual de Erradicação do Trabalho Escravo (Coetrae), entidade ligada ao governo estadual. O sacerdote não deseja atrelar o nome dele ao do governo por se opor à nomeação de Janete Riva (PSD) como secretária estadual de Cultura.
Esposa do presidente da Assembleia Legislativa (AL), deputado José Riva (PSD), Janete consta desde julho do ano passado da “Lista Suja do Trabalho Escravo”, elaborada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) com o fim de apontar empregadores que submetem trabalhadores a condições análogas à de escravidão.
Quando do lançamento do prêmio, o governo assinalou que "em 1971, o bispo Dom Pedro Casaldáliga foi a primeira personalidade pública a denunciar a existência de trabalho escravo no Brasil. Graças a Dom Pedro Casaldáliga, o Brasil acabou reconhecendo a existência desse problema internamente e perante às organizações internacionais de defesa dos direitos humanos, como a OIT e a ONU".
A nomeação de Janete como secretária já havia motivado manifestação do Fórum de Direitos Humanos e da Terra de Mato Grosso, que pediu sua exoneração do cargo. Quarenta e uma entidades chegaram a assinar nota de repúdio pedindo exoneração da secretaria. Em nota, o governo do estado, por meio da Casa Civil, imediatamente anunciou que não retrocederia do ato de nomeação argumentando que não havia provas de trabalho em situação análoga à escravidão na propriedade da esposa do presidente da AL.
 Incoerência
Para o bispo catalão de 85 anos (completados no último dia 16), o estado passa a ser incoerente ao promover o prêmio de Jornalismo enquanto mantém Janete Riva em seu staff.
“Considerando que a fazenda de propriedade da secretária de cultura do Estado de Mato Grosso, Janete Riva, consta da Lista Suja de Trabalho Escravo do Ministério do Trabalho, eu peço que meu nome seja retirado do prêmio do concurso de jornalismo organizado pela Coetrae/MT”, sintetizou o sacerdote em nota oficial protocolada na Casa Civil, na própria Coetrae e até no gabinete do governador Silval Barbosa.
 Outro Lado
A secretária Janete Riva emitiu nota sobre a manifestação dos Direitos Humanos e da Terra de Mato Grosso e do Bispo Emérito Casaldáliga.
Sobre a manifestação do Fórum de Direitos Humanos e da Terra de Mato Grosso, em relação à minha nomeação para a Secretaria de Estado de Cultura, informo que:
1- A inclusão de meu nome na lista suja de trabalho escravo, de forma errônea, deve-se à contratação de uma empresa para atuar em minha propriedade na construção de um curral, e haviam três funcionários sem registro por parte da empresa, trabalhando no local.
2- Tal fato foi informado à justiça e está com o processo em curso. Mesmo assim preferimos pagar todas as multas, do que esperar um resultado judicial.
3- A Fazenda Paineiras é uma referência na região. Nossas instalações contam com casas, alojamentos e refeitório, para atender aos nossos funcionários e colaboradores. Tudo isso conciliando também com a preservação ambiental, pois todas as áreas de APP estão preservadas.
4- Faço um convite aos membros do Fórum para uma visita à minha propriedade onde poderão constatar in loco a realidade a qual nossos funcionários são tratados. Convite que é feito reiteradamente desde 2010 a diversos órgãos responsáveis e fiscalizadores, mas parece que nunca houve interesse.
5- Neste sentido, vejo que manifestações como essa tratam mais de perseguições políticas e oportunismo, do que realmente a constatação real de nossa propriedade.

Janete Riva
Secretária de Estado de Cultura

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