Do site da Conferência Episcopal da África do Sul a versão original:
Antes de tudo, quero confirmar que estou plenamente de acordo com a posição da Igreja que:
O Abuso Sexual a Menores é um crime horrendo contra as Crianças, as suas Famílias, a Igreja e a Sociedade.
Deve ser tratado segundo as exigências do Código Penal e do Direito Canónico.
Do mesmo modo, uma vez que a existência de crime foi verificada através de investigação minuciosa feita por investigadores independentes contratados pelo Comité de Conduta Profissional, a questão é levada às autoridades civis, quer a polícia, o Departamento para o bem-estar das Crianças ou um Empregado Social, para que uma acção criminal civil possa ter lugar.
Uma vez concluída a acção civil a Igreja local submete o caso à Congregação para a Doutrina da Fé (CDF).
E’ levada a cabo a acção determinada pela CDF.
Entrevista da “Radio 5 em Directo” da BBC
Na sexta-feira à noite, pelas 21.45h recebi um pedido da Rádio BBC para falar sobre a eleição do Papa Francisco. Como eu já tinha feito isso por mais de uma dezena de vezes aceitei.
A entrevista feita por Stephen Nolan da “Radio 5” começou com uma discussão geral sobre o Conclave, a atmosfera na Capela Sistina, etc. Em seguida Stephen perguntou o que o Papa Francisco precisava fazer para reformar a Igreja com particular referência aos abusos sexuais a crianças. Aceitei a pergunta como tinha feito com outras entrevistas.
Falei da minha própria experiência. No início dos anos ‘90 a opinião médica dos especialistas era que a pedofilia era uma condição que podia ser tratada, e até mesmo curada. Por isso, os culpados poderiam voltar ao ministério depois do tratamento. Com experiência de que a opinião médica evoluiu ao ponto de dizer que, se por um lado os culpados poderiam ser tratados, por outro a sua condição não era curável; na verdade, até o próprio tratamento nem sempre era bem sucedido. Por conseguinte o regresso ao ministério não era uma opção.
Para ilustrar a complexidade da questão, levantei a questão de um culpado que tinha sido ele mesmo abusado, e tendo em mente um caso particular opinei de que ele precisaria mais de tratamento que de punição. E aí é quando o problema começou.
Agora eu sou acusado de ter dito que a pedofilia é uma condição ou desordem mental e não um crime. Pelo menos por duas vezes eu disse que eu não era qualificado de dizer o que é a pedofilia, mas isto passou despercebido no calor da discussão.
A questão principal era e ainda é: o abuso sexual a menores é um crime horrendo entre outras coisas por causa do dano que faz à criança. Na mesma preocupação eu incluo o abusado que se tornou abusador.
Se ele precisa (ou não) de ajuda médica, tanto quanto se não mesmo mais que de punição, é uma questão que ainda deve ser respondida pelos especialistas médicos.
Será que o dano sofrido pelo abusado afecta de algum modo a sua culpabilidade perante uma lei do tribunal? E ainda, só os especialistas nos podem dar uma resposta. Eu não estou qualificado, mas será que não tenho o dever de perguntar no lugar do abusador abusado?
Depois do programa chamei Stephen no Sábado mas sem sucesso. Pelas 23.30h alguém da “Radio 5 em Directo” telefonou para dizer que eu podia ir ao Programa para esclarecer a questão. Isso foi feito, mas sem demasiado sucesso visto que a entrevista mais uma vez se transformou num interrogatório.
Pedi para falar com um superior e protestar formalmente sobre a decepção de ter sido perguntado sobre a eleição quando a agenda era o abuso à criança. O chefe da Redacção Paul pôs-me em comunicação com Philo que me deu a oportunidade de ouvir o clip gravado pouco antes e fez ulteriores esclarecimentos.
Enquanto faço esta declaração para dar o contexto à entrevista e também àquilo que a Igreja agora está a fazer contra os abusos sexuais a menores, peço desculpas sinceramente e sem reservas àqueles que se sentiram ofendidos pela improvisada entrevista, e sobretudo àqueles que foram abusados e precisam de toda a ajuda e apoio que a Igreja pode dar.
+ Wilfrid Cardeal Napier OFM
Arcebispo de Durban






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