Advogados e estudantes da UFMT retratam agressão da PM no Cisc, mas servidor desmente



Estudantes foram presos após confronto com PM em protesto enquanto magistrada foi presa por desacato à autoridade

KARINE MIRANDA 

Os policiais do Batalhão das Rondas Ostensivas Tático Móvel (Rotam) são acusados por estudantes e advogados de agressão ocorrida no Centro Integrado de Segurança (Cisc) na tarde da quarta-feira (6), logo após a ação policial ocorrida na a Avenida Fernando Corrêa.

No entanto, um servidor que estava na delegacia no dia, e que terá o nome sob sigilo, informa aoHiperNotícias que “o fato não é bem assim”.

Na data do protesto, os policiais da Rotam entraram em conflito com cerca de 50 estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) que protestavam realizando o bloqueio da Avenida Fernando Correa.

MOTIVO DO PROTESTO

A manifestação era em decorrência da decisão da reitoria da UFMT em fechar cinco Casas de Estudantes Universitários (CEUs) alugadas pela universidade e que obrigaria, pelo menos, 50 estudantes a optarem por residir na casa construída no campus ou receber o auxílio moradia de R$ 360.

No conflito, estudantes foram atingidos por tiros de balas de borracha disparados pela polícia, pelo menos, uma dezena foram agredidos verbalmente e seis jovens foram presos e encaminhados a delegacia no bairro Planalto. 




Reprodução/Facebook/Carlos Gontijo

O estudante Sérvulo Neuberger conta que após sua prisão o jovem foi chamado de maconheiro, vagabundo e palavras de baixo calão. O universitário ficou cerca de uma hora preso no camburão da viatura, enquanto aguardava o término da ação policial.

“Ele [o policial] me chamava de vagabundo. Me deixou lá no carro, no calor por um tempão, enquanto eu só escutava o pipoco das balas”, conta.

Mesmo com feridas pelo corpo por conta das balas de borrachas, o estudante só foi atendido após quatro horas de espera. “Eu cheguei lá [na delegacia] era quatro horas da tarde, sangrando, mas só depois de quatro horas fui para a policlínica. No fim, sai já era mais de meia noite”, afirma.

ADVOGADOS

Já advogada da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (Adufmat) narra cenas muito piores que ela sofreu na mão dos policiais.

A advogada conta que chegou ao Cisc para acompanhar os estudantes presos, mas ao bater na porta foi surpreendida pelo comportamento dos policiais. “Bati e pedi licença e queria saber o que ouve com os estudantes quando o policial disse: Cala a boca e sai daqui que você não manda nada aqui”, lembra.




Reprodução de vídeo/ Karina Stein

Mesmo apresentando a carteira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e tendo a prerrogativa de permanecer no local, a advogada foi mais uma vez agredida verbalmente. 

“Ouvi a PM gritar com os alunos, que ele ia meter a mão na cara de um lá e aí, mais uma vez, fui à sala e quando eu bati [na porta], o PM quebrou a porta, me puxou para dentro e me jogou na mesa, dizendo que eu não mandava nada ali”, afirma.

Como se não bastasse, ela conta que os policiais decretaram prisão alegando lesão no patrimônio público. “Ele me prendeu por desacato a autoridade, mas ele quebrou a porta e disse que eu estava lesando o patrimônio público”, assegura.

ABORDAGEM

Ela lembra, ainda, que o policial a mandou deixar as joias, relógio e bolsa com alguém, porque ela iria ser presa, mas na hora de lavrar o boletim de ocorrência, pediu os documentos que ela não tinha em mãos. “Ele disse: a senhora anda por ai sem documentos? Mas ele havia me mandado deixar. Eles são preparados fisicamente e não mentalmente. Não são preparados para pensar”, ressalta.

No entanto, o servidor do Cisc informou que a situação contada pela advogada não condiz com o que realmente aconteceu. Ele assegura que a magistrada já chegou ao local alterada e impaciente querendo de imediato saber informações, o que não era o comportamento correto, diz o servidor.

“Eles estavam fazendo o boletim de ocorrência e ela não soube esperar. Ela já chegou abrindo a porta. Foi uma bagunça”, lembra.




Murillo Guedes

Sobre os tais gritos dos policias com os estudantes, o servidor disse que “no meio da desordem que estava, só se ouvia gritos, de todo mundo”, afirma.

Já sobre a suposta porta quebrada, o funcionário informou que não viu nenhum patrimônio publico lesado, mas confirmou que em sua análise do caso, como um todo, os policiais agiram errado.

“Olha, os policiais fizeram a maior cagada [no caso da agressão no protesto]. Mas a sociedade se engana quando pensa em exoneração, pois isso significa que ele só não manda mais naquela base e foi para outra. É assim, igualzinho ao caso do afastamento. Eles [os policiais] só não estão na rua”, finaliza. 



Fonte:http://www.hipernoticias.com.br/TNX/conteudo.php?sid=112&cid=23964

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