Débora Pompeu - Psicóloga, Psicopedagoga Clínica, Terapeuta Certificada em EMDR.
Trata-se de uma adolescente de 17 anos, atendida no PAV-Programa de Atenção a Vítimas de Violência-SES/DF, que foi abusada sexualmente por um inquilino do lote onde morava com sua mãe, ocorrido durante um período não preciso da infância, por volta dos cinco anos de idade. Flashbacks ocorreram durante todo seu desenvolvimento, porém os sintomas se agravaram durante a adolescência, desenvolvendo transtorno alimentar, transtorno obssessivo-compulsivo, isolamento, despersonalização, depressão e ideação suicida. O tratamento com EMDR teve a duração de 3 meses, tendo como alvo as imagens dos momentos de abuso, a imagem da “substância verde e visguenta presa em sua garganta”, que representava o sexo oral que era induzida a praticar com o abusador, e que a levava a provocar o vômito de forma recorrente. Foram intensificados recursos positivos, visualizações antídotos e utilizados os protocolos clássico e de desenhos. Durante o tratamento alguns sintomas se intensificaram, necessitando de cuidadoso reforço e instalação de recursos positivos, porém as evidências de resolução adaptativa apareceram por meio do retorno à vida social, cessação dos episódios de indução de vômito, relatos de projetos de vida, melhora na auto-imagem, relatos de superação, e desenhos que demonstram a volta da alegria de viver, e a visualização dos eventos de forma diminuída, como algo que cessou e pertence ao passado. A paciente conta com uma sólida rede de apoio, a qual foi fundamental durante o processo.
Palavras-chave: abuso sexual infantil; trauma; EMDR.
Trabalho apresentado no II Congresso Brasileiro de EMDR
http://www.emdr.org.br/2012/12/relato-de-caso-de-abuso-sexual-x-emdr.html
