PT reafirma apoio a Silval, mas pode perder Educação


Partido articula para se manter no Governo; pasta teve contas reprovadas pelo TCE

Mário Friedlander/ALMT
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Deputado Alexandre César, um dos principais articuladores do apoio do PT ao Governo Silval
LAÍSE LUCATELLI
DA REDAÇÃO
O diretório estadual do PT aprovou, nesta semana, uma resolução reafirmando o apoio do partido ao Governo de Silval Barbosa (PMDB). A decisão já havia sido tomada pela Executiva da sigla, no começo de novembro, e foi referendada pelo diretório.

Diante da reforma do secretariado que está sendo planejada por Silval, os petistas querem demonstrar seu apoio ao peemedebista e assegurar a manutenção de sua participação no Governo.

Atualmente, o PT comanda somente uma pasta na administração estadual – a Secretaria de Educação, que comanda o maior orçamento do Governo. Para 2013, por exemplo, está prevista uma execução orçamentária de R$ 1,4 bilhão.

No entanto, a pasta teve as contas de 2011 julgadas irregulares pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), colocando o secretário Ságuas Moraes (PT) na corda bamba. A reprovação deu munição para outros partidos da base aliada, que já tinham a secretaria na mira.

Na resolução, o PT relembra que ajudou Silval a se eleger governador em 2010 e afirma que, desde então, vem colaborando com a governabilidade.

No documento, o partido ainda ensaia uma tentativa de enquadrar o "rebelde" Ademir Brunetto (PT). O deputado tem se colocado como "oposição sistemática" a Silval, dentro da Assembleia Legislativa.

“Renovamos nossa decisão partidária de continuar dando sustentação política ao Governo Silval Barbosa, contribuindo na gestão e na busca de solução para os problemas da nossa população. O PT reafirma seu compromisso com a governabilidade e orienta sua bancada de deputados na Assembleia Legislativa, na condição de órgão do partido, a compor a base de sustentação do Governo”, diz trecho da resolução.

Por outro lado, o suplente Alexandre César (PT), que se efetivará na cadeira em janeiro de 2013 – com a saída de Nilson Santos (PMDB), que se elegeu prefeito de Colider, e João Malheiros (PR), que será vice-prefeito de Cuiabá – vem se mostrando cada vez mais governista.

Projeto para 2014


Na avaliação do PT, as eleições de 2012 serviram para fortalecer os laços entre o partido e o PMDB.

“As eleições municipais de 2012 em Mato Grosso renovaram e fortaleceram os laços políticos entre os dois partidos, apontando para uma perspectiva de continuidade”, diz outro trecho do documento.

O balanço do diretório sobre a participação da sigla no pleito foi bastante positivo. Puxados pela expressiva votação de Lúdio Cabral (PT) na Capital, os petistas atingiram a terceira maior votação do Estado.

“O PT ficou entre os três partidos que mais receberam votos para Prefeito/a no dia 07 de outubro. Com 13,3% dos votos a Prefeito dados pelos mato-grossenses para candidatos do PT, ficamos atrás apenas do PMDB (com 19,7%), que governa o estado e, do PSD (com 17,3%) que já foi criado com o maior número de prefeitos em exercício, e foi o partido que lançou o maior número de candidatos a prefeito”, diz outro trecho da resolução.

Além disso, os petistas avaliam que esse pleito ajudou a fortalecer o partido, de modo que vislumbram a construção de um projeto eleitoral para 2014.

“Com as eleições 2012 o PT adquiriu condições mais favoráveis para exercer um forte protagonismo no atual quadro político do estado de Mato Grosso, inclusive visando construir caminhos para uma participação destacada nas eleições estaduais de 2014.”