Fonte: A Gazeta
O prefeito eleito de Cuiabá, empresário Mauro Mendes (PSB) teve 20% das doações destinadas a sua campanha eleitoral feitas de forma oculta. Mendes recebeu R$ 12.468 mil de receitas, sendo que deste total R$ 2.531 mil são consideradas ocultas. Outro número que chama a atenção são as despesas de R$ 13,463 milhões, o que levaram sua campanha a ter um déficit estimado da ordem de R$ 995,2 mil.
Segundo levantamento do site Congresso em Foco, de cada R$ 100 doados aos 26 prefeitos eleitos nas capitais, R$ 75 tiveram origem oculta. Dos R$ 212,5 milhões que os vitoriosos informaram à Justiça Eleitoral ter recebido, apenas R$ 53,6 milhões tiveram origem plenamente revelada. Ou seja, R$ 158,9 milhões foram transferidos pelos comitês financeiros ou diretórios partidários - as chamadas doações ocultas.
Dos R$ 136,9 milhões declarados pelos prefeitos eleitos em segundo turno, caso de Mauro Mendes (PSB) que disputou contra o petista, Lúdio Cabral, apenas R$ 35 milhões tiveram origem clara. Os demais R$ 101,9 milhões foram repassados por empresas aos diretórios partidários e comitês financeiros, responsáveis pela entrega do dinheiro ao candidato.
As doações são chamadas ocultas porque, apesar de os diretórios partidárias e os comitês financeiros serem obrigados a informar de quem receberam, não é possível rastrear com precisão a origem do dinheiro. É que a arrecadação é pulverizada entre diversos candidatos da chapa ou da legenda. O mecanismo é utilizado por empresas que não desejam ter seu nome associado diretamente a políticos.
Dos R$ 137,2 milhões arrecadados pelos prefeitos eleitos nas capitais, R$ 101,7 milhões foram repassados por diretórios partidários ou comitês, ou seja, pelas chamadas doações ocultas, justamente o que aconteceu com Mauro Mendes que recebeu os R$ 2,5 milhões de doações ocultas vindas das três esferas do PSB, ou seja, do partido nacional, municipal e estadual.
Percentualmente, Mauro Mendes obteve 20% do total de forma oculta, e foi a segunda menor movimentação entre os candidatos 17 candidatos nas capitais que disputaram o 2º turno ocorrido no dia 28 de outubro. O prefeito eleito de Cuiabá só ficou atrás de Clécio Luiz, eleito prefeito de Macapá, capital do Amapá pelo PSOL com 12% ou R$ 87 mil.
Quem mais recebeu em doações ocultas não poderia ser outro senão o eleito em São Paulo, Fernando Haddad (PT) que do total de R$ 42 milhões arrecadados, 91% ou R$ 38,1 milhões foram através de doações ocultas. Em segundo lugar vem ACM Neto (DEM) eleito em Salvador, que de um total arrecadado de R$ 21,9 milhões, obteve R$ 19,5 milhões ou 89% de forma oculta. Roberto Cláudio outros socialista como Mauro Mendes, disputou a Prefeitura de Fortaleza no Ceará e do total arrecadado R$ 18,5 milhões, 68% ou R$ 12,6 milhões foram ocultos. Em quarto lugar figura Mauro Mendes, não pelo percentual oculto, mas pelo volume arrecadado de R$ 12,468 milhões com 20% ou R$ 2,531 milhões de forma oculta.