Medida foi tomada após aproximação de socialistas com João Emanuel (PSD)
Luiz Alves/Secom Câmara
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Mesmo com o desgaste de Pinheiro, Mendes força voto no atual presidente da Câmara
LAÍSE LUCATELLI
DA REDAÇÃO
O diretório do PSB em Cuiabá, presidido pelo prefeito eleito Mauro Mendes (PSB), editou, na noite desta sexta-feira (28), uma resolução enquadrando os vereadores no processo de votação para a escolha da nova Mesa Diretora da Câmara Municipal.DA REDAÇÃO
Na prática, ele acabou favorecendo a reeleição do vereador Júlio Pinheiro (PTB).
De acordo com o documento, os três parlamentares do PSB – Adilson Levante, Faissal e Onofre Junior, todos de primeiro mandato –, terão que votar no candidato a presidente que for da base aliada de Mauro Mendes.
O texto da resolução evoca o princípio da fidelidade partidária e diz que a intenção é endossar a candidatura de Onofre Junior à presidência.
No caso de ele não conseguir apoio para montar uma chapa e se candidatar de fato, os três vereadores ficam obrigados a votar no candidato que pertencer a um dos partidos da base aliada: PSB, PV, PDT, PR, PRP, PT do B, PPS e PTB.
No entanto, algumas semanas após anunciar seu nome na disputa, Onofre ainda não conseguiu viabilizar sua candidatura, nem montar uma chapa.
Desse modo, na prática, Mendes está respaldando a candidatura de Júlio Pinheiro à reeleição e enquadrando os vereadores do PSB para que votem nele.
A resolução foi editada com a anuência da executiva nacional do PSB, representada pelo secretário-geral Carlos Siqueira.
O texto diz que o objetivo é determinar ação política a ser cumprida pela bancada de vereadores do PSB na Câmara Municipal de Cuiabá de endossar a candidatura à Presidente da Câmara do candidato Onofre Jr.
"(...) Em caso da impossibilidade desta candidatura, apoiar e votar exclusivamente nos nomes disponíveis entre os vereadores dos partidos que apoiaram Mauro Mendes no primeiro e/ou segundo turno e que formam a base de apoio da futura Gestão Um Novo caminho para Cuiabá, á saber PSB, PV, PDT, PR, PRP, PT do B, PPS e PTB, sem permissão para compor cargos da mesa diretora em desacordo do referido interesse partidário"., diz trecho da nota.
Fator João Emanuel
A medida foi tomada após a aproximação de Onofre e Faissal com João Emanuel (PSD), principal adversário de Pinheiro na disputa pela presidência do Legislativo cuiabano.
A preocupação de Mendes com a escolha do próximo presidente da Câmara se potencializou com o fato de que o eleito será legalmente seu sucessor na prefeitura, devido à renúncia do vice-prefeito eleito João Malheiros (PR).
Os dois vereadores resistem em votar no atual presidente e, pela falta de viabilidade da candidatura de Onofre, abriram conversações com João Emanuel, respaldados pelo presidente regional da sigla, o deputado federal Valtenir Pereira.
Antes da edição da resolução, Faissal havia revelado, em entrevista ao MidiaNews, que estudava apoiar João Emanuel, em função da resistência que o nome de Júlio Pinheiro encontra em sua base de apoiadores.
“A maioria das pessoas que ajudaram na minha eleição reprova a gestão dele na Câmara, principalmente com relação à falta de transparência na aprovação de projetos, como o aumento do IPTU”, disse.
“Porém, nem o Júlio Pinheiro nem o João Emanuel são nomes ideais para a presidência. O ideal seria uma terceira via, como o vereador Maurélio Ribeiro (PSDB) e o Renivaldo Nascimento (PDT). Porém, essas candidaturas não prosperaram”, disse o vereador, na ocasião.
Onofre também declarou ao site, em diversas ocasiões, que não gostaria de votar em Pinheiro devido ao desgaste de sua gestão impopular e de sua imagem, abalada por escândalos, como a agressão à esposa.
PTB também enquadra
Outro partido que se baseou na lei de fidelidade partidária para interferir na eleição da Mesa foi o PTB, que editou uma resolução obrigando os outros três vereadores eleitos pela sigla a votarem em Júlio Pinheiro para a presidência da Câmara Municipal.
O argumento usado foi que o PTB detêm a maior bancada da Câmara - Júlio Pinheiro, Clovito, Dilemário Alencar e Leonardo de Oliveira - e, portanto, tem que manter o comando do Legislativo.
