Juíza decreta prisão agente suspeito de abusar de menores


A diretora e outro agente da unidade foram afastados por decisão judicial

Thiago Bergamasco/MidiaNews
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Delegado Paulo Araújo, da DEA, que pediu o afastamento de suspeitos de maus tratos e abusos no Pomeri
DA REDAÇÃO
A Justiça decretou a prisão temporária por 30 dias do agente educador Adão Baça Hermoza, o “Wolverine”, acusado de ser o responsável pelos maus tratos, que incluiriam abuso sexual e até luta de boxe, contra adolescentes internos do Complexo do Pomeri, no bairro Carumbé, em Cuiabá. 

A juíza da 6ª Vara Criminal de Cuiabá, Suzana Guimarães Ribeiro Araújo, expediu mandado de busca e apreensão nas celas do Pomeri, solicitado pelo delegado Paulo Alberto Araújo. Em relação aos demais agentes, a magistrada indeferiu o pedido de prisão.

Em seu despacho, Suzana Araújo assinala que “é oportuno consignar ainda que a conduta de Adão Baça se apresenta revestida de maior gravidade exatamente pela função ocupada, pois dele se espera o zelo, a guarda e proteção dos menores infratores que se encontram sob a tutela do Estado em cumprimento de medidas socioeducativas”.

Além da prisão temporária do agente, a juíza afastou a diretora Maria Gizelda da Silva e o gerente de internação de internação masculina do complexo, Urias Avelino Dantas. Leia mais AQUI.

A liminar foi pedida pelo delegado da Delegacia Especializada do Adolescente (DEA), Paulo Araújo, pois havia indícios de que estariam dificultando as investigações que apura denúncias de tortura de internos.

No inquérito, instaurado no dia 20 de outubro, mais de 20 pessoas foram ouvidas. Ontem à tarde, juíza Suzana Araújo determinou o afastamento por 30 dias.

Segundo o delegado, as investigações iniciaram após um adolescente de 14 anos, morador de Cáceres (225 km a Oeste da Capital), que cumpria atividades socioeducativas no Pomeri, ter relatado ao pai dele que, dentro da unidade, ocorreria um esquema de "rodízio" de abusos dos adolescentes maiores contra os menores.

Diante da situação, o pai procurou a psicóloga para fazer a denúncia assim com também a agentes educadores e técnicos que atuam dentro da unidade. Os policiais descobriram que os suspeitos do abuso ficaram sabendo e estupraram o garoto delator.

Complacência

Conforme os depoimentos dos menores, o agente educador é acusado de ser complacente com os abusos. Para o delegado, o mais grave é que dois menores relataram que ninguém fez nada para acabar com aquele estupro coletivo.

Diante da situação, o delegado O delegado pediu ainda a prisão preventiva de cinco agentes monitores sendo que o Ministério Público Estadual (MPE) deu parecer favorável ao pedido. A juíza ainda não analisou o pedido. A magistrada, então, solicitou informações da Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) sobre a denúncia.

Colegas da diretora afastada ficaram surpresas, pois ela e o gerente são funcionários de carreira e considerados referências em trabalhos prestados. A Sejudh informou através de sua assessoria que ainda não foi notificada da decisão judicial.
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