Decretada prisão de agente do Pomeri que permitia abusos e tortura de internos


Redação
Além do afastamento temporário de 2 diretores do Centro Socieducativo de Cuiabá, no Complexo do Pomeri, a juíza Suzana Guimarães Ribeiro Araújo, da 6ª Vara Criminal de Cuiabá também decretou a prisão temporária (30 dias) do “agente socieducativo” Adão Baça Hermoza, o “Wolverine”, apontado com o principal responsável pelos maus tratos que incluem abuso sexual e até luta de boxe entre adolescentes internos da unidade. Ela também autorizou uma busca e apreensão nas celas da unidade solicitado pelo delegado Paulo Alberto Araújo, titular da Delegacia Especializada do Adolescente (DEA) para confirmação das denúncias relatadas por alguns internos e familiares. Por outro lado, negou o pedido de prisão para outros 4 agentes.

Sobre “Wolverine que é acusado de ter aberto as celas para que vários internos abusassem sexualmente de um grupo de adolescentes, a magistrada observou em sua decisão que é “oportuno consignar ainda que a conduta de Adão Baça se apresenta revestida de maior gravidade exatamente pela função ocupada, pois dele se espera o zelo, a guarda e proteção dos menores infratores que se encontram sob a tutela do Estado em cumprimento de medidas socioeducativas”.
A magistrada acatou o pedido do delegado que recebeu parecer favorável do Ministério Público Estadual (MPE) por entender ser necessária a busca e apreensão. “Tenho que há fundadas razões para o deferimento da busca pretendida. Entendo ser necessária a busca e apreensão requerida, para averiguação dos fatos descritos, bem como para apurar o possível envolvimento dos investigados na prática criminosa, apreensão dos objetos ilícitos, visando dar continuidade às investigações. Tenho que há fundadas razões para o deferimento da busca pretendida”, justificou a juíza em seu despacho.
Responsável por investigar denúncias de abusos sexuais contra alguns internos que eram estuprados por outros menores infratores internados no Pomeri em rodízios, com aval dos agentes socieducativos, o delegado Paulo Alberto Araújo solicitou à Justiça a prisão temporária dos servidores Adão Baça Hermoza, o “Wolverine”, Ivone Gregório de Campos, Carlos Roberto Pereira Rocha, Jean César Monteiro e Helsink Cardoso Ferreira. Mas a juíza aceitou decretar somente a prisão de “Wolverine”. Também pediu o afastamento da diretora Complexo Pomeri, Maria Giselda da Silva, e do gerente de internação masculina, Urias Avelino Dantas, que foi aceito.
“De fato entendo que se torna necessário o afastamento destes servidores do Centro de ressocialização, visando resguardar a ordem pública, proteger os menores, bem como proporcionar o livre acesso a documentos imprescindíveis para a investigação. Portanto, o afastamento dos cargos desmontará de vez a conivência dos investigados nas práticas criminosas ocorridas no interior daquele Centro Socioeducativo, acautelando a integridade física e psicológica dos adolescentes internados, garantindo a ordem pública, sem causar prejuízo aos representados”, enfatizou a juíza em sua decisão.
Outro lado
Por meio da assessoria de imprensa a Sejudh informou que ainda não foi notificada sobre a decisão ressaltando que a pasta abriu procedimentos administrativos para investigar todas as denúncias. As investigações internas estão em fase final, prestes a serem concluídas.