KAMILA ARRUDA
Da Reportagem
O prefeito de Várzea Grande, Maninho de Barros (PSD), garante que ficou “surpreso” com a situação financeira do município, quando assumiu o comando do Paço Couto Magalhães em 30 de outubro. O social-democrata garante que, como vereador e presidente da Câmara, não tinha conhecimento da precária condição dos cofres públicos.
“Não tinha conhecimento da situação financeira da prefeitura. Eu não tenho acesso às contas e aos devedores. Se você está pagando em dia os funcionários e ninguém está reclamando é porque aparentemente estava tudo certo. Foi uma surpresa pra mim tudo isso”.
O setor de saúde, entretanto, passa de seis meses de atraso. De acordo com o secretário de Finanças da cidade, José Augusto de Moraes, para contratar qualquer serviço ou adquirir equipamentos e remédios a prefeitura teria que arcar com as dívidas antigas e pagar o que está sendo contratado.
“Tudo que o Maninho tiver que fazer nesta área ele terá que arcar com seis meses de atraso. Ele [ex-prefeito Tião da Zaeli] não pegou um fornecer, um contrato em dia. Então, se nós quisermos adquirir medicamento, temos que pagar a conta velha e ainda a nova. Todos os prestadores de serviço da saúde estão com seis meses de atraso. As entidades que cuidam dos idosos e das crianças em casa-lares estão todas com seis meses de atraso”, disse o secretário.
O chefe do Executivo ainda acrescenta que diversas cirurgias deixaram de ser feitas por conta deste atraso.
“Quando eu assumi a prefeitura, já encontrei a UTI Neonatal do pronto-socorro, por exemplo, com quatro meses sem receber. Na pediatria, os cirurgiões também têm quatro meses sem receber. Estou reduzindo toda a folha de pagamento porque ela está comprometendo quase 70% da receita da prefeitura, e só pode 54%. Estamos trabalhando por secretaria, não sou eu quem está determinando quem deve ser cortado ou não. Os secretários que eu nomeei são os responsáveis por fazer o enxugamento das suas Pastas, para a máquina poder funcionar melhor”.
Segundo o social-democrata, de R$ 12 milhões a folha deve ser reduzida para R$ 8 milhões. “Só faltam cinco secretarias para ser enxugadas: Secom, Saúde, Meio Ambiente, Promoção Social e Educação. Até a próxima semana esse processo deve ser concluído”.
Grande parte dos funcionários contratados e comissionados está sendo exonerada. Como o levantamento ainda não foi concluído, não se sabe o número exato de quantos servidores já foram demitidos. De acordo com o prefeito, se esse enxugamento não fosse feito não teria como honrar com o pagamento deste mês dos servidores, nem com o 13° salário.
“Os cortes são justamente para que possamos honrar com o 13°. Na Câmara eu sei que não deve ninguém. Apesar de termos uma receita pequena, eu sempre economizava R$ 40 mil por mês, para, até o final do ano, ter R$ 370 mil para pagar o 13°”.
Para ele, esta medida será um dos legados que deixará para o prefeito eleito, deputado estadual Wallace Guimarães (PMDB). http://www.diariodecuiaba.com.br/detalhe.php?cod=421401
‘Situação da cidade foi uma surpresa’, diz o prefeito
novembro 18, 2012
Politica





