Suplente de Taques chama de ‘golpe’ e ‘barra’ ida de Maggi para PSB


Da Redação - Jonas da Silva
O suplente do senador Pedro Taques (PDT), José Medeiros (PPS), criticou e chamou de ‘golpe’ o movimento do senador Blairo Maggi (PR) articular sua entrada no PSB para projeto político futuro. Ele afirma fez as considerações em um artigo distribuído à Imprensa.

“Hoje me deparo com a notícia de que estaria se filiando ao PSB, ou seja, vem se filiar ao grupo que se fez justamente com a proposta de ser alternativa ao Blairo e seu grupo”, comenta. “A interrogação é saber se o Movimento MT Muito Mais participará deste golpe. Não é exagero: é golpe mesmo. Este governo é dele e faz parte do projeto de poder que já dura 12 anos. Agora volta para ‘salvar’ Mato Grosso dele próprio, só que infiltrado na oposição a si próprio”, chama a atenção de líderes do movimento.


Eleição de Mauro Mendes em Cuiabá e outros líderes comprovam acerto de movimento, atesta Percival Muniz

A opinião do suplente de Taques vem semanas após seu presidente de partido, prefeito eleito de Rondonópolis, Percival Muniz (PPS) lançar-se candidato a governador em 2014. Medeiros é 2º vice-presidente estadual do PPS. O grupo reúne desde 2010 o PSB, PDT, PPS e PV. E que teve incorporado o PR de Blairro Maggi na sustentação na vitória do novo prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB).

Para sustentar seu argumento em artigo, Medeiros conta a gestação do projeto Blairo ao poder. Ele afirma que há 10 anos, “os partidos estavam com dificuldade de achar o candidato ideal para a disputa do governo do Estado dado o desgaste da maioria das lideranças políticas”.

Ele relatou a estratégia daquele ano quando pesquisas qualitativas realizadas em abril e maio detectaram “o discurso de renovação das práticas políticas”.

Medeiros afirma que o ex-governador teve o “primeiro mandato bem avaliado, satisfazendo as expectativas, porém, no segundo mandato, o governo desandou, se afastou do grupo que o tinha levado a vitória”.

O suplente de Taques ainda resumiu a força que o Movimento Mato Grosso Muito Mais obteve em 2010, e mesmo sem ganhar o governo, popularizou o empresário Mauro como força política e elegeu o senador Taques, o deputado federal Valtenir Pereira (PSB) e os deputados estaduais Percival, Zeca Viana (PDT) e Luciane Bezerra (PSB).

Medeiros ainda relata a conjuntura política recente que permeou a eleição municipal 2012 em Cuiabá. “O desgaste de Blairo e de seu grupo é inegável, o símbolo na palma da mão que representava um governo impoluto se tornou marca de quem
"panha", como se diz no "cuiabanês", e a imprensa mensalmente mostra os "esqueletos" saindo do armário do governo”.

Movimento Mato Grosso Muito Mais

O movimento saiu vitorioso das eleições municipais com a vitória de Mauro em Cuiabá e mais 28 municípios. Entre eles, aqueles importantes politicamente e economicamente, como Rondonópolis, Lucas do Rio Verde (Otaviano Pivetta – PDT, vice de Mauro na disputa a governador), Nova Mutum (Otaviano Pivetta – PDT), Rosário Oeste (João do Ouro Verde – PSB), Vila Bela da Santíssima Trindade (Anderson Andrade – PDT) e Pontes e Lacerda (Donizete Barbosa do Nascimento – PPS).

Em Mato Grosso, a aglutinação de partidos para formar grupos políticos com objetivo de alcançar o poder sempre foi constante. O então PFL, atualmente DEM, o PL que se fundiu ao PR, e o PP fundaram a Unidade Democrática no início dos anos 1990 para disputas eleitorais.

Nos anos seguintes, em 1994, sob a liderança do ex-governador e ex-ministro Dante de Oliveira (PSDB), foi criado a Frente Cidadania e Desenvolvimento (FCD) para disputar o governo de Mato Grosso e as eleições subsequentes.


Veja o artigo do suplente José Medeiros:

O golpe


Em 2002 os partidos estavam com dificuldade de achar o candidato ideal para a disputa do governo do estado dado o desgaste da maioria das lideranças políticas.

Neste cenário, após pesquisas qualitativas, nasceu um movimento que geriu o projeto da candidatura Blairo Maggi, empresário. Foi emplacado com o discurso de renovação das práticas políticas.

Fez um primeiro mandato bem avaliado, satisfazendo as expectativas, porém, no segundo mandato, o governo desandou, se afastou do grupo que o tinha levado a vitória e junto com os novos amigos fez o governo mais corrupto da história do estado.

O antigo grupo à margem do processo resolveu buscar uma alternativa para o Estado, surgindo o Movimento Mato Grosso Muito Mais, lançando Mauro Mendes ao governo para enfrentar o candidato que Blairo pretendia deixar "esquentando" a "sua" cadeira por quatro anos.

O MTMM não ganhou o governo, mas se fortaleceu, elegendo senador da república, deputado federal e 3 deputados estaduais.

O desgaste de Blairo e de seu grupo é inegável, o símbolo na palma da mão que representava um governo impoluto se tornou marca de quem "panha", como se diz no "cuiabanês", e a imprensa mensalmente mostra os "esqueletos" saindo do armário do governo.

Nas eleições para prefeito deste ano o desgaste ficou patente. Em Rondonópolis, a aparição do Blairo pedindo votos desagradou muita gente, já em Cuiabá a lembrança de retroescavadeiras e caminhões superfaturados deixaram o palanque do Mauro pesado a ponto de só não perder porque o outro candidato estava com a outra metade do grupo Blairo.

Terminadas as eleições, o que se viu foi que a população decidiu "comprar" a proposta do movimento MT Muito mais, que passa a administrar a maioria das cidades polos do estado.

Bem, o que se espera é que com o movimento fortalecido o governador venha sair de um dos partidos do grupo, seja PPS, PDT, PSB ou PV.

Blairo também pensou assim, e no seu bom e velho pragmatismo resolveu se aproximar do grupo. Hoje me deparo com a notícia de que estaria se filiando ao PSB, ou seja, vem se filiar ao grupo que se fez justamente com a proposta de ser alternativa ao Blairo e seu grupo.

Na cabeça do grupo do Blairo isto é plenamente normal, afinal ele já mostrou que não faz política, faz negócio. Engana-se quem pensa que está aqui para representar agricultura, estado ou país. Blairo representa uma trading chamada Amaggi.

A interrogação é saber se o Movimento MT Muito Mais participará deste golpe.

Não é exagero: é golpe mesmo. Este governo é dele e faz parte do projeto de poder que já dura 12 anos. Agora volta para "salvar" Mato Grosso dele próprio, só que infiltrado na oposição a si próprio.

Como diria a galera do facebook, vai ser "ninja" assim lá na china!


(*) JOSÉ ANTONIO DOS SANTOS MEDEIROS é 2º vice-presidente estadual do PPS e suplente do senador Pedro Taques.

http://www.olhardireto.com.br/noticias/exibir.asp?noticia=Suplente_de_Taques_chama_de_golpe_e_barra_articulacao_de_Maggi_para_entrar_no_PSB&id=292574