Professoras de Juruena apresentam trabalho em Seminário de Educação na UFMT


A viabilidade da implantação de um biodigestor no Assentamento Vale do Amanhecer, em Juruena – MT foi tema de uma pesquisa apresentada ontem (05) no Seminário de Educação 2012, que acontece até o dia 07 de novembro na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em Cuiabá. As professoras Valéria Von Ryn e Viviane Abreu desenvolveram a pesquisa na escola do Assentamento Vale do Amanhecer, com apoio do projeto Poço de Carbono Juruena, desenvolvido pela Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena (ADERJUR) e patrocinado pela Petrobras, através do Programa Petrobras Ambiental. Este projeto tem como objetivo principal a redução de emissões de gases de efeito estufa, através de tecnologias alternativas e de baixo custo, que são o foco principal desta pesquisa.
 
A pesquisa envolveu, no ano passado, alunos do 7º. ano da Escola Municipal do Campo Nossa Senhora de Fátima, que aprenderam a construir um biodigestor. “A região do Noroeste de Mato Grosso tem muitas propriedades familiares com gado leiteiro e o biodigestor é uma alternativa barata para gerar gás, que pode ser usado na cozinha, e biofertilizantes”, comenta a professora Valéria.
 
Cada boi adulto produz por dia, em média, 25 quilos de excrementos que podem ser transformados em dois produtos através do biodigestor. O gás, gerado pela ação das bactérias, pode ser usado como substituto do gás de cozinha e o excremento que sobra, após a biodigestão, se transforma em um excelente fertilizante natural. Ou seja, além da destinação correta, é economicamente viável, pois tem um custo de cerca de 180 reais, investimento que se paga em poucos meses. O projeto, na escola, gerou interesse dos pais de alunos principalmente por causa do fertilizante.
 
Além da pesquisa em si, os alunos tiveram aulas de Educação Ambiental e Matemática a partir da experiência realizada. “Trabalhamos em sala de aula as equações, estatísticas, porcentagem e geometria”, explica Valéria.
 
Já Viviane, que fez a pesquisa inicial, constatou que biodigestores são mais comuns no sul e sudeste do país, mas que em Mato Grosso quase não há esses equipamentos em áreas rurais familiares. Ela acredita que é preciso mais divulgação e por isso as duas têm planos de conseguir implantar pelo menos dois biodigestores no assentamento para mais agricultores verem como o processo todo é simples e rentável.