Gazeta
Um mês depois de ser inaugurada, uma base da Guarda Municipal de Várzea Grande (GMVG) no Parque do Lago está fechada por tempo indeterminado. Moradores relatam que desde o encerramento das atividades, na última quinta-feira (1º), houve um expressivo aumento da criminalidade na região.
Até mesmo o prédio onde funcionava o posto foi alvo de ataques. No lugar onde funcionava o posto, os moradores encontram, ao invés de guardas, um cartaz, com os seguintes dizeres. “Fomos embora. Ligue 190. Grato”.
O prédio apresenta excelente estado de conservação, tendo sido reformado para o funcionamento da base, inaugurada em 3 de outubro, como mostra uma placa fixada na parede. Pela porta é possível verificar a existência de uma mesa e um ventilador. O restante, destacam moradores e comerciantes vizinhos da base, foi retirado do local na última quinta-feira (1º) em uma caminhonete.
Uma das últimas vítimas da violência no bairro, o comerciante Ruy Barbosa Nascimento, 24, explica que percebeu a ausência dos guardas neste domingo (4), quando teve a casa invadida por ladrões. “Desci correndo para pedir um apoio e me deparei com o cartaz. Tiver que ir para a Central de Flagrantes registrar a ocorrência. Com eles na base até estávamos de certa forma sossegados, mas agora a insegurança voltou na região”.
Barbosa destaca que desde então busca informações sobre a situação da base e por qual motivo ela foi desativada, mesmo com o fato de o bairro ser um dos mais violentos. “Até o momento não tivemos nenhuma posição da prefeitura ou da GMVG. Vamos voltar aos tempos em que comerciantes se mudavam por medo, cansados de tanta violência”.
Outro comerciante, Francisco Barbosa, 58, revela que já pensa em se mudar e acusa a prefeitura de tentar enganar a população, uma vez que a base foi inaugurada 4 dias antes das eleições deste ano. “Estamos revoltados com tamanho descaso. Tenho certeza de que tudo isso foi feito para tentar ganhar o voto dos eleitores da região. Como a atual gestão não ganhou, desativaram a base”.
Uma moradora, que prefere não ser identificada, revela que o encerramento das atividades da GMVG fez retornar o terror no bairro. “Já chegaram até a arremessar explosivos na minha casa e me ameaçarem. Somos reféns de tudo isso”. Edson de Souza, 36, classifica a atitude da GMVG como um verdadeiro descaso do Poder Público. “Por 2 motivos, nos deixarem inseguros aqui, de novo, e por gastarem muito dinheiro para reformar um prédio que foi usado apenas 1 mês”.





