Para Galindo, resultado de operação só na gestão Mendes


Flávia Borges, repórter do GD
Chico Ferreira
Prefeito Chico Galindo participa de coletiva
A Polícia Civil, o Ministério Público Estadual e o prefeito de Cuiabá Chico Galindo (PTB) apresentaram nesta segunda-feira (12) um balanço da operação Impostor, deflagrada na última sexta-feira e que culminou na prisão de 14 pessoas, das quais 10 são servidores da prefeitura. O prefeito garante que a conclusão das investigações não deve acontecer no seu mandato, que termina em dezembro. “Pelo tamanho do caso, acredito que vai demorar pelo menos mais uns seis meses”.
Mesmo assim, Galindo diz que já conversou com o sucessor, Mauro Mendes (PSB), eleito no segundo turno das eleições deste ano. Segundo o petebista, Mendes estava na prefeitura na última sexta, no momento em que a operação foi deflagrada e, por isso, acompanhou todo o processo.

De acordo com o petebista, o secretário de Fazenda Cuiabá, Guilherme Frederico Muller, encontrou irregularidades nas dívidas de alguns contribuintes. Essas contas apareciam no sistema de dados da prefeitura como quitadas, porém não havia movimentação bancária que comprovasse o recebimento das dívidas.
Galindo explica que após tomar conhecimento das irregularidades, ainda investigou durante 10 dias um dos servidores envolvidos. Trata-se de um funcionário do setor de Tecnologia da Informação (TI), que não teve o nome divulgado pela polícia. As irregularidades foram detectadas no Sistema de Administração Tributária da prefeitura, no módulo financeiro do contribuinte, com a baixa de débitos de IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano) sem a respectiva contrapartida do crédito nos cofres do município. “Em 10 dias de investigação, identificamos um prejuízo de R$ 1,3 milhão”, informou Guilherme Muller. Em seguida, a polícia foi acionada para investigar o caso.
“Descobrimos uma rede de pessoas que se beneficiavam deste serviços. Há fraudes no IPTU, ISSQN, emissão de certidões e guias, fiscalização, alvarás e dívidas da Sanecap, entre outras irregularidades”, afirmou o delegado Rogério Modelli, responsável pelas investigações.
Conforme ele, em todos os casos de fraudes, os contribuintes eram beneficiados. “Ainda não sabemos o valor exato do prejuízo ou quantos moradores estão envolvidos. Já temos uma lista com nomes em mãos, mas a possibilidade que ela aumente é grande, pois conforme os interrogatórios acontecem, descobrimos a participação de mais gente”, alertou o delegado.
O prefeito Chico Galindo garantiu que todos os contribuintes que fizerem parte do relatório entregue pela polícia serão inscritos na dívida ativa do município automaticamente. “Se devem, vão ter que pagar”, afirmou. Os contribuintes envolvidos podem responder por corrupção ativa.
As investigações tiveram início em junho deste ano, mas, segundo o delegado Rogério Modelli, o esquema vinha acontecendo na Prefeitura de Cuiabá há pelo menos dois anos. Segundo ele, pelo menos 15 servidores e 40 contribuintes estão envolvidos. Questionados sobre os valores cobrados pelos servidores para manipular o sistema, Rogério afirmou que variavam de R$ 100 a R$ 5 mil.
Galindo explicou que a identificação deste tipo de fraude só foi possível após a informatização da prefeitura. “Vamos pegar todos os que fraudaram o erário público. Vamos exonerar todos os comissionados e os efetivos nós ainda vamos analisar o que prevê a lei. Mas posso garantir que teria muito prazer em exonerar todos eles, porque não podem prejudicar o trabalho de mais de 7 mil servidores que trabalham honestamente na prefeitura”, afirmou Galindo.
Nesta terça-feira (13) vence o prazo da prisão temporária dos acusados. A prisão preventiva deve ser solicitada pela polícia.
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