MT: Indecisão de Maggi sobre seu futuro provoca correria política


PMDB ou PSB. Um dos dois partidos deve receber o senador Blairo Maggi, seu suplente, Cidinho e praticamente toda a bancada do PR de Mato Grosso. Os republicanos estão descontentes com o tratamento recebido pelo cúpula do partido, em Brasília e aguardam apenas uma consulta feita ao Supremo Tribunal Eleitoral para saber se podem deixar a sigla sem perder seus mandatos e não definir o futuro da República em Mato Grosso.
E tanto o PMDB do governador Sival Barbosa quanto o PSB do deputado federal Valtenir Pereira e do prefeito eleito Mauro Mendes querem o grupo em seus partidos. O PSB é quem mais vem se movimentando neste sentido. Valtenir Pereira foi direto a Maggi e já lhe disse que está com as portas do diretório abertas para receber seu grupo. Ele pensa nas eleições de 2014. Depois de garantir a vitória de Mauro Mendes em Cuiabá, quer a vitória no governo estadual e sabe do peso político e eleitoral de Maggi e seu grupo.

O problema é que o PMDB, agora no poder com Silval Barbosa, que não poderá ser candidato à reeleição não quer perder a cabeça de chapa no pleito de 2014 e sabe que com um reforço como Maggi e seu grupo seria interessante para dar continuidade ao poder e ficar por mais oito anos com a principal cadeira do Palácio Paiaguás, sem precisar fazer ir a reboque de outras siglas.

Nas simulações para a disputa ao governo do Estado em 2014, quem começa a colocar a barba de molho é o senador Pedro Taques (PDT). É que se Blairo Maggi e seu grupo resolver mesmo deixar o PR, o partido que os receberem ficará ainda mais forte, com um poder de decisão muito grande. Isso significa afirmar que terá amplas condições de minar a força de Pedro Taques, que com um partido de pouca expressão ficará sem força para indicar o cabeça de chapa em uma eventual aliança, principalmente se a migração do grupo for para o PSB, que passaria a ter um poder de fogo ainda maior.

Pedro Taques confia nos acertos feitos antes da eleição municipal, em que Mauro Mendes se comprometeu a governar Cuiabá até o final de seu mandato. O problema é que Maggi não esconde o interesse em voltar a assumir o comando do Paiaguás. Portanto, Taques é quem poderá ser o maior prejudicado com esta dança das cadeiras no cenário político estadual.

Mas esta dança não atinge apenas o senador Pedro Taques, considerado o mais atuante da Câmara Alta, em Brasília. Se a escolha for para o PMDB, certamente o atingido será o presidente da Assembleia Legislativa, deputado José Geraldo Riva, que tem poder de foto no interior, mas é fraco na Grande Cuiabá, que detem os maiores colégios eleitorais do Estado. Riva não quer mais disputar a Assembleia Legislativa e não mostra interesse em ir para Brasília. Não esconde o sonho de ser governador.

Portanto, terá de se engendrar em uma engenharia política muito complexo se quiser manter este sonho. Resta a ele conseguir este objetivo em 2014, com uma eventual saída de Silval Barbosa do governo para disputar uma vaga de deputado federal ou senador e do vice, Chico Daltro, que já disse que deseja disputar uma vaga na Câmara Federal. Assim, Riva ficaria como governador por oito a dez meses. Mas teria de abdicar a disputa de qualquer cargo eletivo em 2014. Resta saber se pelo sonho de poder ser governador tem este objetivo.

Nos bastidores políticos de Mato Grosso, os caciques dos principais partidos do Estado duvidam que Blairo Maggi e sua turma saiam do PR. Acham difícil o Superior Tribunal Eleitoral dar o aval para a mudança, sem que percam seus cargos. Na avaliam destes caciques o importante será manter uma boa relação com Maggi e contar com ele e sua tropa para uma composição ao Governo do Estado em 2014.