Ex-senador se diz chateado com direção do partido em Mato Grosso
Thiago Bergamasco/MidiaNews
Clique para ampliar
Antero Paes de Barros deixou o PSDB de Mato Grosso, após 16 anos
LAÍSE LUCATELLI
DA REDAÇÃO
O ex-senador Antero Paes de Barros, um dos mais representativos líderes do PSDB em Mato Grosso, deixou o partido há cerca de 20 dias.DA REDAÇÃO
Chateado, o ex-tucano disse que se viu obrigado a deixar a sigla, para não sofrer um processo de expulsão, em função da sua participação na campanha de Mauro Mendes (PSB) à Prefeitura de Cuiabá.
“Me desfiliei do PSDB a contragosto. Achei que o partido foi injusto comigo, pois criaram uma resolução só para me atingir, quando eles souberam que eu tinha acertado profissionalmente com o Mauro Mendes”, disse Antero, que atuou no marketing de Mendes no segundo turno.
“Depois que eles perceberam que eu havia acertado com o Mauro, baixaram uma resolução dizendo que quem fosse trabalhar na campanha dele ou do Lúdio seria expulso do partido. Eu não vou me submeter ao processo de expulsão, então decidi sair”, relatou.
Antero ressaltou que não tem outras fontes de renda, e precisa de seu trabalho como advogado, jornalista e marqueteiro para se sustentar. “Eu não tenho carteira assinada, não sou aposentado, não recebo FAP (Fundo de Assistência Parlamentar). Se eu não trabalhar, eu não tenho condições de viver. Eu vivo daquilo que eu produzo”, afirmou.
Ele se disse chateado com o presidente regional da sigla, Nilson Leitão, por conta da resolução que proibiu os tucanos de apoiarem os dois candidatos que disputaram o segundo turno em Cuiabá.
“Eu fiz mais pelo PSDB do que todos eles juntos. Mas não estou magoado. Estou chateado. Foi uma manobra da direção do partido, que é do Nilson Leitão. E eu o ajudei muito. Ele foi deputado estadual com meu apoio, se elegeu prefeito de Sinop com meu apoio”, disse.
Outro lado
Nilson Leitão, por sua vez, negou que a resolução tivesse o intuito de atingir Antero.
“Isso não é verdade. O José Antônio Rosa, por exemplo, também foi contratado pelo Mauro Mendes, como assessor jurídico, e continua no PSDB. Antero foi contratado por ele como profissional, o que é muito diferente de militar. A resolução proibia o apoio político, não profissional”, afirmou o tucano.
“A decisão do Antero de sair do PSDB foi uma decisão pessoal. Na verdade, desde o pós-eleição de 2010, ele já se afastou do partido. Foi trabalhar com o Dorileo Leal (PMDB), que era pré-candidato à prefeitura, e em 2012 exerceu o papel de marqueteiro para vários partidos”, disse.
Leitão ressaltou que Antero é muito respeitado dentro do PSDB, independente de continuar na sigla. “O PSDB respeita a história dele, a coragem de encarar eleições dificílimas. Ele sempre será lembrado como um militante aguerrido e ousado. Eu tenho o maior respeito pelo Antero”, afirmou.