No processo eleitoral a democracia mantém sob sigilo somente o voto universal, para que o eleitor não sofra nenhum tipo de pressão, constrangimento ou ameaça e que possa exercer sua cidadania plena na cabine indevassável da Justiça Eleitoral.
Eleição se faz com eleitores, partidos, coligações (facultativo) e candidatos. Se faltar um destes componentes, o processo eleitoral torna-se inviável. O regramento das peças desta engrenagem é de responsabilidade do Tribunal Superior Eleitoral representando nas unidades federativas pelos Tribunais Regionais Eleitorais e nos municípios pelas zonas eleitorais sob a condução de juízes eleitorais.
O Diário de Cuiabá nunca arredou pé de sua convicção democrática. Nos tempos cinzentos da ditadura imposta ao Brasil na década de 1960 – que coincidiu com a fundação do Jornal – sua linha editorial defendia o restabelecimento do estado democrático de direito com base na eleição direta para presidente da República e a pluralidade partidária.
O ano de 2012 é eleitoral, pois em outubro serão realizados pleitos em todos os municípios brasileiros a exceção de Brasília. Nas urnas o eleitorado escolherá o prefeito e o vice-prefeito de sua cidade e também definirá a composição da Câmara Municipal.
Cuiabá, esta cidade importante que completa 293 anos de fundação neste abril, fervilha com as articulações partidárias e a busca de composições para formação de coligações com vista ao pleito de outubro. Neste cenário, como tradicionalmente o faz, o Diário se sente na obrigação de ouvir os pré-candidatos a prefeito dando a todos espaço e oportunidade igual, para que se dirigiam aos convencionais de seus partidos em busca do referendum que os leve às urnas.
Aleatoriamente, o Diário faz entrevista de uma página no Caderno Política com os pré-candidatos a prefeito de Cuiabá. Dentro deste propósito o Jornal publicou entrevistas de igual tamanho e idêntico destaque no mesmo Caderno com o empresário João Dorileo Leal (PMDB), prefeito Chico Galindo (PTB), vereador Lúdio Cabral (PT), o empresário Mauro Mendes (PSB) e o secretário de Estado e vereador licenciado Francisco Vuolo (PR).
A entrevista concedida por Vuolo (em 15 deste mês) levou o promotor de justiça Alexandre Guedes a protocolar representação contra o Diário e o entrevistado. Guedes entendeu que o material tinha teor de propaganda extemporânea.
O processo democrático ganha com a imparcialidade do Diário em publicar entrevista com todos os pré-candidatos a prefeito de Cuiabá. De igual modo também sai fortalecido com ações de extremo zelo como está movida por Guedes, muito embora a representação, em tese, deixe o jornal e o promotor em campos opostos.
A representação mostra que o Ministério Público está atento em defesa da lisura do pleito em Cuiabá. Pena que a sobrecarga de trabalho que recai sobre os ombros de Guedes não abriu espaço em sua agenda para que lesse as demais entrevistas, pois se o tivesse feito certamente não seria signatário da citada ação.
Aleatoriamente, o Diário faz entrevista de uma página no Caderno Política com os pré-candidatos
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