Professor é preso acusado de pedofilia

O professor de Ensino Fundamental José Vilson de Sousa, 46 anos, foi preso ontem em Mauá acusado de produzir, armazenar e simular fotos e vídeos contendo material pornográfico com crianças e adolescentes. Ele confessou à polícia ser pedófilo e alegou em sua defesa que não distribuía suas produções, mas apenas as usava para seu próprio prazer.

Sousa, que leciona para alunos com idade entre 6 e 10 anos, foi autuado em flagrante no 3º DP (Vila São João) da cidade. Policiais militares decidiram abordá-lo na rua durante a tarde após ele agir de maneira estranha ao ver a viatura estacionada. Em seus bolsos estavam 14 folhetos e arquivos no celular com imagens de meninos nus ou em simulações de atos sexuais. Detido, revelou ter grande estoque.

Os policiais encontraram dentro de seu armário na Escola Municipal Cora Coraline, no Jardim Estrela, onde trabalha, um baú com diversas montagens pornográficas com o rosto de alguns de seus alunos. Em algumas, Sousa aparece vestido com roupas femininas ou com seu rosto no corpo de uma mulher. Policiais civis vasculharam e encontraram em sua casa, no Jardim Itapark, um notebook e um computador com imagens, além de máquinas para plastificação e impressão.

Somente meninos eram alvos do professor. Funcionários da escola que estiveram no local reconheceram pelo menos quatro alunos entre as imagens. A identificação das crianças foi confirmada por familiares. Ao Diário, a Prefeitura de Mauá afirmou que abrirá procedimento administrativo para apurar a conduta de Sousa no ambiente escolar.

O acusado tem formação pela USP (Universidade de São Paulo) e dá aulas há dez anos. Desde 2008 é funcionário da rede municipal de Mauá e há dois anos trabalha na Cora Coralina. Nas horas vagas, ensina meninos como voluntário em uma escolinha de futebol. Na sua página no Facebook, um de seus hobbies é competir com adolescentes através de fotos em poses com insinuação erótica.

Ninguém da escola municipal sabia de sua perversão. Tão pouco que estocava parte do material dentro da própria unidade. A notícia foi recebida com surpresa também pelos familiares do professor. Abalados, não quiseram dar entrevista. Aos policiais, disseram que Sousa faz tratamento psiquiátrico e toma remédios. Solteiro, ainda morava com os pais.

O professor foi encaminhado a uma cela separada da cadeia pública local. Mesmo após confessar e ser detido, ainda não achava que fazia algo errado. "Vocês (policiais) deveriam prender criminosos, bandidos", disse durante o interrogatório. Ele preferiu se manifestar em juízo. Somadas, as penas previstas pelo Estatuto da Criança e Adolescente podem render até 15 anos de prisão para Sousa.

Educador é calmo, inteligente e querido pelos alunos


A notícia de que conviviam com um pedófilo dentro da Escola Municipal Cora Coralina pegou de surpresa, revoltou e chocou a direção e colegas de trabalho de José Vilson de Sousa. Mais ainda depois de a polícia ter encontrado baú com montagens fotográficas envolvendo os seus próprios alunos.

"Se fosse meu filho que estivesse nas imagens, tenho medo do que eu poderia fazer contra esse professor", disse um funcionário do local. Descrito como pessoa calma, Sousa não passava a impressão de que poderia ser "um pervertido", como definiu uma professora amiga. "Nunca esperaria isso de uma pessoa como ele, de boa educação, culto, inteligente. Sempre foi muito elogiado pelos alunos e querido dentro da escola."

Os parentes dos garotos que estavam nas fotos também ficaram em silêncio. "Preciso esfriar a cabeça. Não adianta falar nada agora", disse um deles. A expectativa é que hoje mais pais procurem a delegacia e a escola para saber se seus filhos foram vítimas do professor. Ao todo, foram apreendidos oito álbuns pronográficos dentro da escola.

Não se sabe quantos garotos foram fotografados ou filmados por Sousa. Pelo material encontrado, a polícia estima que o acusado começou a produzir o material há dois anos, exatamente o período em que leciona na Cora Coralina. Em seu depoimento, alegou que não manteve relações sexuais com as crianças que aparecem nas imagens. "Eles vão falar agora que eu os violentei", alegou.

Além dos álbuns e máquinas, foi encontrada também a carteira escolar de um menor e R$ 7.500 em seu poder. Como não há provas de que a quantia tinha origem ilícita, foi entregue à família.

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