Apenas um dos três senadores por Mato Grosso assinou o pedido de instauração da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará supostos desvios de recursos públicos nas obras da Copa do Mundo de 2014. Pedro Taques (PDT), inclusive, foi um dos primeiros a dar seu aval ao requerimento.
O pedido, protocolado na última quarta-feira (17), contou com o apoio de 192 deputados e 28 senadores. “Só assim poderemos elucidar como estão sendo aplicadas essas enormes quantias que repercutem diretamente na vida da nossa população”, defendeu o pedetista.
Para Taques, a CPMI será um importante instrumento para investigar possíveis irregularidades na construção de estádios e obras de infraestrutura.
Ele lembra que apenas em Mato Grosso obras que estavam previstas na plataforma da Copa acabaram canceladas, como é o caso do teleférico de Chapada dos Guimarães, que teria deixado um prejuízo de quase R$ 600 mil aos cofres públicos.
O requerimento pela investigação se baseia, segundo Taques, nas publicações do Instituto Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) que indicam superfaturamento em obras financiadas pelo Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES).
Segundo dados do Tribunal de Contas da União (TCU), até novembro de 2012, as obras necessárias para a realização da Copa ficaram 14,7% mais caras que o inicialmente previsto.
“Precisamos somar esforços pela Copa do Mundo em Mato Grosso e nas outras cidades-sede do evento. Mas também é meu dever, enquanto senador da República, trabalhar para assegurar que todas as ações sejam executadas seguindo os conceitos de probidade, qualidade, planejamento, execução e controle”, pontuou.
O requerimento é do deputado federal Izalci Lucas (PSDB-DF) e pretende atender uma das pautas das manifestações populares que ocorreram por todo o país.
Caso instaurado, o grupo deve ser composto por 15 senadores e 15 deputados, com o mesmo número de suplentes, e ter prazo 180 dias para concluir seus trabalhos.
“Acredito que a CPMI contribuirá no sentido de viabilizar o efetivo controle dos gastos, de modo a minimizar os riscos e a contribuir para o êxito do evento”, pontua Taques.
As assessorias dos senadores Jayme Campos (DEM) e Blairo Maggi (PR) não informaram os motivos pelos quais eles não assinaram o documento.
(Diário de Cuiabá)