De cada 10 menores apreendidos na Capital, 6 são reincidentes, diz Polícia


m seis meses, 334 menores foram apreendidos e levados à delegacia

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Araújo: para delegado, vulnerabilidade pode fazer jovens serem usados por quadrilhas
DA REDAÇÃO
Por dia, dois adolescentes são encaminhados para Delegacia Especializada do Adolescente (DEA) da Capital e, de cada 10 menores de idade apreendidos, seis são reincidentes.

Segundo dados da DEA, 334 menores que cometeram infrações na Capital foram parar na delegacia nos primeiros seis meses deste ano, 20 a mais no mesmo período de 2012, que registrou 314 menores envolvidos em delitos.

Entre os principais atos infracionais estão o tráfico de drogas, porte de drogas para o consumo, e o roubo, geralmente armado com revólver.

Até o dia 30 de junho deste ano, a delegacia especializada havia instaurado 843 procedimentos de investigação de ato infracional para apuração de crimes e contravenções penais cometidos por menores.

De acordo com o delegado titular da DEA, Paulo Alberto Araújo, 60% dos adolescentes encaminhados à DEA são reincidentes na prática de atos infracionais.

“Aqui [DEA] identificamos o futuro marginal. Se a gente não consegue nada com ele até os 17 anos, aos 18 vai para a marginalidade e vai fazer parte da população de um presídio”, afirma.

Dados da Delegacia apontam que o número de jovens infratores envolvidos em crimes violentos é cada vez maior.

“Os adolescentes são mais violentos. Primeiro porque não têm tanto medo da Justiça quanto o adulto, que sabe que a pena será majorada. O adolescente sabe que o máximo será 3 anos”, explica o delegado.

Para Araújo, a vulnerabilidade e desestruturação das famílias fazem com que muitos adolescentes infratores sejam utilizados por quadrilhas, especialmente no tráfico de drogas, para a prática de crimes.

Ele lembra que essa é uma estratégia adotada pelos criminosos, pois os menores, quando apreendidos, ficam pouco tempo cumprindo medidas socioeducativas, e depois voltam às ruas. Depois, muitos deles retornam à prática de crimes, ganhando "poder" entre o bando.

Araújo observa que a arregimentação para o crime acontece, principalmente, com os adolescentes viciados em drogas.

“Mesmo que não tenham praticado as infrações de tráfico, são levados a praticar outras infrações por influência daqueles que estão praticando. O vício faz com que eles cometam roubos para pagar o traficante. Os meios os próprios traficantes arrumam, como o aluguel de armas”, destacou o delegado
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