DA REDAÇÃO
A estrutura e atendimento oferecido pelo Lar da Criança a 116 meninos e meninas abrigados foram vistoriados pela juíza em substituição da Segunda Vara da Infância e Juventude, Ana Paula Veiga Carlota Miranda, que passou a manhã na unidade conhecendo os serviços prestados e as dificuldades enfrentadas. A visita atendeu um convite da secretária de Estado de Trabalho, Emprego, Cidadania e Assistência Social (Setas), Roseli Barbosa.“Neste primeiro momento verifiquei que as crianças são atendidas nas necessidades básicas, como saúde e alimentação. Tem a questão do excesso de abrigados, mas o atendimento não é ruim. Essa situação ocorre porque os municípios de Cuiabá e Várzea Grande não cumprem a parte no atendimento e o Estado assume a responsabilidade”, afirma a magistrada.
O promotor da Infância e Juventude, José Antônio Borges, ressalta que o ideal seria a oferta do atendimento conforme prevê o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conada), que preconiza casas lares para abrigar no máximo 20 crianças por unidade. A medida deveria ser adotada pela gestão municipal, o que garantiria individualidade aos meninos e meninas.
A secretária Roseli diz que concorda com o modelo de atendimento proposto pelo Conanda e destaca que o Estado acaba oferecendo um serviço diferenciado diante do número de crianças que precisam de cuidados. “Precisamos da parceria dos municípios para melhorar o atendimento. Cuiabá e Várzea Grande precisa assumir a responsabilidade das suas crianças. O correto é que os municípios ofereçam abrigo a crianças de 0 a 12 anos, mas isso não acontece em Mato Grosso”.
Em Cuiabá, segundo o promotor, já existe um indicativo de construção de casa lar. Borges destaca que o ideal seriam três unidades somente para a demanda de crianças e outras duas casas em Várzea Grande. Reclama que na Capital existe apenas a Casa de Retaguarda para adolescentes do sexo feminino. Para garantir o atendimento dos meninos com mais de 13 anos é firmada uma parceria com uma Organização Não Governamental (ONG).
Lar
A instituição abriga hoje 81 crianças de Cuiabá e 35 de Várzea Grande. Destas, a promotoria estima que 10 deixarão a unidade nos próximos dias. “Serão reinseridas nas famílias ou vão para adoção. Tivemos um “boom” no ano passado, quando chegamos a ter 200 crianças aqui”.
O Lar conta com ampla estrutura com cozinhas, quartos, berçários, banheiros, ambulatório, enfermaria, unidade de home care, ala para neuropatas e cardiopatas, espaço para arteterapia, cinema, brinquedoteca, parquinho, entre outros ambientes.