Da Redação
A tarifa do transporte público de Cuiabá pode subir para até R$ 3,41 caso os cinco projetos de lei, aprovados emergencialmente pela Câmara dos Vereadores na última quinta-feira (27), sejam sancionados pelo prefeito Mauro Mendes.
De acordo com o presidente da Associação Mato-grossense dos Transportes Urbanos (MTU), Ricardo Caixeta, as leis aprovadas a "toque de caixa" pelo Legislativo tem um papel muito mais político do que científico e os vereadores não medem as reais consequências das mudanças. Na prática, elas vão prejudicar o trabalhador. Após forte pressão dos manifestos, contra o aumento da tarifa e a favor da lei do passe-livre, realizados em todo país e em Cuiabá¡ durante as últimas semanas, a Câmara Municipal aprovou de uma vez projetos que sequer estavam na pauta. Na última quinta-feira, foram aprovados: a volta dos cobradores aos ônibus da Capital, volta do pagamento da tarifa por moeda corrente, ampliação do tempo de integração para duas horas e meia, passe-livre irrestrito aos estudantes, passe-livre aos estudantes de pós-graduação e cursos profissionalizantes.
Segundo o presidente da MTU, o excesso de gratuidades são um dos motivos das altas tarifas. De acordo com ele, apenas 14,6% dos passageiros de ônibus em Cuiabá são estudantes. "Alguém sempre paga a conta. Sou a favor, inclusive, do Governo Federal pagar a conta das passagens para idosos. No caso dos estudantes, porém a prefeitura paga 50% e os outros 50% são divididos pelo restante dos passageiros. Quanto mais estudantes, mais caro será a passagem para o usuário comum", disse.
De acordo com a associação, a liberação do horário para o passe-livre aumenta também as irregularidades. "Nós restringimos o horário e percebemos que houve uma queda de 15% na utilização dos passes. Isso prova que ao invés de irem para escola, eles utilizavam o cartão para outros fins", revelou.
Ele afirmou que de acordo com a planilha de custos atual, os passes de Cuiabá deveriam custar R$ 3,01, porém se os estudantes pagassem passagem completa, o valor reduziria para R$ 2,73. Segundo Caixeta, o tempo de integração proposto pela Câmara não tem embasamento. Ele afirmou que a Secretaria Municipal de Transportes Urbanos de Cuiabá¡ (SMTU) realizou um estudo dos tempos médio das viagens de ônibus após o início das obras para a Copa de 2014, e viu que o tempo médio subiu de 20 minutos para 35 minutos. O que fez com que o tempo de integração que ia de 70 a 90 minutos, dependendo das linhas, subisse de 85 para 105 minutos.