Abuso sexual: Aborto legal só é feito no Iperba


  • Ana Oliveira coordena o Serviço Social no Iperba
Em alguns casos, as mulheres que são vítimas de abuso sexual e engravidam do agressor acabam encaminhando os filhos para adoção.
"Isso ocorre quando a mulher não quer o filho, mas também não tem coragem de abortar ou ainda nas situações em que ela
já ultrapassou a idade gestacional permitida para a realização do procedimento, que é até a 20ª semana", explica a coordenadora do Serviço Social do Instituto de Perinatalogia da Bahia (Iperba), Ana Oliveira.
Oficialmente, o Iperba é a única unidade de saúde em todo o Estado legalmente autorizada a fazer o aborto em mulheres vítimas de estupro.
Das 45 mulheres atendidas em 2012, 33 estavam grávidas. Destas, oito não puderam fazer o aborto porque já tinham ultrapassado a idade gestacional, 16 interromperam a gravidez e nove delas não retornaram ao local para realizar o procedimento.
"Algumas desistem no meio do processo", diz. Este ano, 18 mulheres foram atendidas na unidade.
Adoção - De acordo com o ex-juiz da 1ª Vara da Infância e Juventude de Salvador, atual desembargador do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), Salomão Resedá, os pais adotivos têm o direito de saber a origem da criança. "O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) determina que os pais adotivos e o adotado têm o direito de conhecer a sua origem biológica", afirma.