Vereadores ignoram escândalo e não falam de fraude em gestão


Jacques Gosch

  Na primeira sessão após a deflagração da Operação Impostor, os vereadores de Cuiabá preferiram ficar em silêncio sobre o esquema de fraudes no Banco de Dados da prefeitura, comandado por servidores. Em apenas 10 dias, foi verificado um rombo de R$ 1,3 milhão apenas na cobrança de IPTU.
   Apesar da gravidade, nenhum parlamentar ocupou a tribuna para comentar a questão. Ao que parece, estavam mais preocupados com o feriado prolongado, que vai durar seis dias (desta quinta (15) até a próxima terça (20). Na prática, no entanto, ficam sem trabalhar oito dias, já que as atividades serão retomadas apenas na quinta (21). De todo modo, na sessão de hoje (13), os parlamentares mativeram um veto do prefeito Chico Galindo (PTB), aprovaram alguns projetos de lei de relevância questionável e encerraram os trabalhos sem tocar no assunto.
  Nem mesmo os vereadores Lúdio Cabral (PT) e Domingos Sávio (PMDB), que sempre cultivaram uma postura de combatividade no Legislativo, comentaram a prisão dos servidores públicos envolvidos em fraudes no IPTU, ISSQN e ITBI, além de taxas para emissão de certidões e alvarás. As propinas pagas para dar baixa em dívidas ativas ou “agilizar” trâmites na prefeitura variam de R$ 100 até R$ 5 mil.
  Segundo a Polícia Civil, que desencadeou na última sexta (9), a Operação Impostor, o mentor das fraudes é servidor de carreira há 33 anos. Um dos envolvidos ocupava cargo de confiança no Setor de Informática . Além de servidores públicos, empresários, despachantes e corretores de imóveis também integram o esquema.  
  Hoje, o Galindo providênciou a exoneração do DAS. Os servidores de carreira, antes da demissão, são afastados do cargo que ocupam para responde Procedimento Administrativo-Disciplinar (PAD). Os atos devem ser publicados no Diário Oficial da próxima quarta (14).
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