Levando em conta o esvaziamento dos trabalhos da CPI do Caso Cachoeira, o senador Pedro Taques (PDT) irá protocolar na Procuradoria Geral da República (PGR) uma representação pedindo investigação das irregularidades não apreciadas pela Comissão Mista. O objetivo da representação, também assinada pelo senador Randolfe Rodrigues (PSOL) e os deputados federais Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e Rubens Bueno (PPS-PR), é requerer ao Ministério Público Federal que avance nas investigações, tomando todas as providências cabíveis, de índole investigatória e judicial.
"Inúmeros fatos foram ignorados pela CPMI. Em tese, revelam a prática de crimes contra o patrimônio público dos diversos entes federativos, além de outros delitos. Considerando a gravidade do caso, pediremos que todos os envolvidos no escândalo Delta/Cachoeira sejam punidos, na medida da sua culpabilidade. Não podemos jogar a sujeira para baixo do tapete”, afirmou Pedro Taques.
Na próxima segunda-feira (19.11), um dia antes da data de apresentação do relatório final da CPMI, os parlamentares devem se reunir para tratar da consolidação do documento entregue à PGR. No encontro, devem definir a data de entrega da representação.
Para o senador Pedro Taques, é imprescindível a quebra de sigilo das empresas fantasmas que receberam recursos da construtora Delta. Ele lembra que, com o afastamento do sigilo da Delta, ficou comprovado que quase R$700 milhões foram para pessoas jurídicas que só existem para praticar crimes. No entanto, a falta de prazo da comissão impediu o avanço das investigações.
"Defendi a prorrogação da CPMI por 180 dias, entretanto, a maioria aprovou o prazo de 48 dias que vence já na próxima semana. A exiguidade de tempo impediu a apreciação da totalidade dos requerimentos apresentados. Essa limitação acarretou prejuízos indiscutíveis ao andamento dos trabalhos”, pontuou o senador.
Somente ele é autor de dezenas de requerimentos não apreciados, de convocação de testemunhas, quebra de sigilo, compartilhamento de dados e de informação sobre endereços que identificam computadores de empresas supostamente ligadas ao grupo de Carlos Cachoeira.Na representação encaminhada à PGR, os parlamentares devem apresentar dados contundentes a respeito do esquema criminoso.
"Entendo que fiscalizar é função típica do Congresso Nacional. Infelizmente, isso não foi feito. A iniciativa de levar a representação ao PGR será uma forma de tentar suprir a falta de continuidade dos trabalhos da CPI”, afirmou Pedro Taques.
Assessoria





