Folha
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Os dois grandes parques de preservação ambiental de Cuiabá, o Mãe Bonifácia e o Massairo Okamura, têm sido frequentado por um grupo de jovens que busca um tipo de atividade física bem diferente das tradicionais caminhadas e dos exercícios aeróbicos comumente incentivados a serem praticados nesses locais. Eles estão indo ali procurar por sexo.
Os dois parques têm se transformado em pontos de encontro para esses jovens. No caso do Parque Mãe Bonifácia, quem procura esse tipo de atividade já possui o hábito de perguntar para desconhecidos se estão interessados em transar. “É fácil conseguir sexo no Parque Mãe Bonifácia. É só chegar e perguntar se a pessoa quer, porque muitos estão lá procurando por isso mesmo”, disse um rapaz de 26 anos, que pediu anonimato.
No caso do Massairo Okamura, a situação é ainda mais surpreendente. Uma entrada aberta por pessoas interessadas em entrar no parque durante à noite, quando o local já está fechado, estaria funcionando como um ponto de orgias. "Tem uma entrada secreta no Parque Massairo Okamura e sempre entro lá à noite. É tudo escuro e por isso vou lá mais para ver, porque é possível pegar gato por lebre”, contou um rapaz de 24 anos.
“Basta você ter coragem de fazer sexo com um desconhecido. Se você tiver e souber onde é, basta ir e com certeza vai ter algo. Eu mesmo já transei com algumas pessoas lá”, disse outro homem de 24 anos.
A questão suscita dois diferentes aspectos. Um deles é o fato de fazer sexo em um lugar público é um crime tipificado no Artigo 233 do Código Penal Brasileiro. A pena prevista é de três meses a um ano, ou multa. Em geral, a pessoa pode se conciliar com a Justiça antes de sequer ser julgada pelo crime. Nesse caso, ela deverá prestar serviços comunitários ou doar cestas básicas.
O outro aspecto é a falta de segurança dos parques. Se um crime é cometido livremente em uma área pública, outros também podem ser. Dessa forma, os próprios frequentadores desses locais ficam propícios a outros crimes, como assaltos e até mesmo estupros.
Fantasias
Se muitos solteiros estão usando os parques para fazer sexo com desconhecidos, casais também utilizam esses lugares para realização de fantasias. “Já transei com meu namorado no meio do Parque Mãe Bonifácia”, disse uma mulher de 26 anos. “Foi tudo muito rápido, com medo de ser pegos”, completou.
O sexo acontece entre as trilhas mais afastadas, dentro das áreas arborizadas, onde é difícil de ser visto por quem passeia. “Já fizemos isso várias vezes, mas sempre ficamos nervosos, com medo de nos pegarem. Mas é melhor ir de dia mesmo, à noite deve ser perigoso”, disse outra mulher, essa de 21 anos.
Diferente do outro grupo que vai aos parques durante a noite, os casais costumam agir sob a luz do dia, até por se preocuparem com a segurança.
Esses casais seguem uma “tendência” internacional. Na Holanda essa prática já foi liberada por lei em alguns parques.
