Operação-AM 2 : Polícia prende oito e faz apreensões em operação contra a pedofilia


Por Kátia Brasil

SÃO PAULO, SP, 23 de novembro (Folhapress) - A Polícia Civil do Amazonas fez hoje uma operação de busca e apreensão em residências de 15 suspeitos de serem "clientes" de uma rede de exploração sexual de crianças e adolescentes em Manaus. 

Entre os suspeitos de integrar o esquema de pedofilia e prostituição infantil, há empresários e políticos locais, além de alguns estrangeiros. 

Durante a operação, denominada de "Estocolmo", oito pessoas foram presas sob a suspeita de aliciamento de meninas. Cerca de 30 garotas, com idades de 12 a 17 anos, foram levadas para prestar depoimentos. 

Ao menos 200 homens, entre integrantes do Exército, policiais civis, militares e federais participaram da ação. Foram apreendidos computadores, máquinas fotográficas, DVDs, CDs, fotografias com pornografia infantil e um cofre nas casas dos suspeitos, algumas delas em condomínio de luxo de Manaus. 

A investigação de combate aos crimes começou no mês de maio e teve como base o depoimento de uma menina de 13 anos. 

A mãe da garota desconfiou dos presentes recebidos por ela de um rico empresário da cidade. "Ela chegava em casa com roupas e celulares caros. São pessoas da alta sociedade que, por terem dinheiro, fica mais fácil terem essas meninas para fazer programas", disse o delegado-geral da Polícia Civil, Josué Rocha. 

Segundo a Polícia Civil, uma das buscas aconteceu na casa de um empresário do ramo da educação e turismo. Ele conseguiu na Justiça autorização para ter acesso ao inquérito na última terça-feira. O Ministério Público se posicionou contrário à decisão, sob o temor do vazamento de informações da operação. 

A Polícia Federal também fez buscas na casa de um empresário alemão e de um cônsul europeu. 

Citado nos depoimentos, um deputado estadual teve a operação em sua casa negada pela Justiça. 

De acordo com o delegado-geral Josué Rocha o material apreendido nas casas dos clientes serão levados à perícia. Ele não descartou levar a operação à região da fronteira com a Colômbia, na cidade de São Gabriel da Cachoeira, onde meninas indígenas foram exploradas sexualmente. 

Um dos oito presos sob suspeita de aliciamento de menores, que se identificou com as iniciais P.G., 20, disse à reportagem que é envolvido com a prostituição infantil desde os 16 anos. No depoimento, ele contou que as meninas eram aliciadas na periferia da cidade e em agências de modelos.