"Ele enfrentará sindicatos e servidores encostados", diz analista


Analista afirma ainda que MM é um gestor indecifravel, já que nunca geriu a "coisa pública" e aposta em grandes embates com grupos no Alencastro

repórtermt
Mauro Mendes e, no destaque, João EdisomMauro Mendes e, no destaque, João Edisom
ANA ADÉLIA JÁCOMO

Em 1º de janeiro do próximo ano, o prefeito eleito Mauro Mendes (PSB) assumirá o comando do Palácio Alencastro. Com o slogan “Um bom administrador por Cuiabá”, prometeu durante o pleito exercer um perfil mais técnico que político e entre as principais propostas, afirmou que construiria um novo Pronto Socorro.

Para o analista político João Edisom, Mauro ainda é um gestor indecifrável. Sem saber ao certo como será o mandato, o especialista afirmou que a tendência é de que o socialista cause um verdadeiro “choque de gestão” na prefeitura, demitindo funcionários e cortando gastos para enxugar a máquina. Considerado o prefeito mais rico do país, Mauro é empresário, dono da Bimetal e seu patrimônio, segundo a Justiça Eleitoral, é de R$ 117 milhões.


“Vejo o Mauro como uma incógnita. Ele nunca gestou serviços públicos e durante a campanha demonstrou que não era muito adepto a conselhos. Pergunto-me se ele irá atropelar partidos e secretarias. Parece ser um cara teimoso. Apesar disso, mesmo que eu não goste dessa palavra, ele tem muito a ver com choque de gestão. Pode ser que ele enfrente sindicatos, servidores encostados, faça remanejamentos e até promova demissões”, declarou João.

O analista relembrou o fato de, segundo ele, Mauro ser um admirador da gestão do ex-governador Blairo Maggi (PR), que assumiu o Palácio Paiaguás em 2003 e consecutivamente em 2007. Além disso, João Edisom disse que após perder dois pleitos, Mauro Mendes aparenta estar com “sede” de mostrar a que veio e que não deverá ceder às pressões tanto de servidores, como da própria agremiação.

“O Mauro está com ‘sede’ de fazer uma reforma administrativa em Cuiabá. Não tem como fazer reforma sem quebrar algumas paredes. Não vejo sendo fiel às suas bases partidárias. É mais fácil ele trazer pessoas de fora, de São Paulo, de onde for, mas fazer as coisas funcionarem. Esse é o perfil do empresário. Cuiabá é uma cidade que gasta muito e às vezes o que é bom para a cidade não será bom para um grupo de pessoas”, afirmou ele.

Sobre a equipe de transição escalada por Mendes, João Edisom disse que conhece alguns nomes e que, em grande parte, a maioria não tem perfil contestador, mas sim de pessoas que “adoram obedecer”. “A maioria não tem autonomia, adoram ter um chefe. Alguns são técnicos, mas a maioria adora obedecer. Por essas escolhas se vê que a gestão dele será bem centralizadora”, disse o analista.
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